Não
permita que seus filhos sejam criados como príncipes ou terá que sustentá-los
pelo resto da vida
(Içami
Tiba, livro: Pais e Educadores de Alta Performance)
Os relacionamentos que cultivamos com nossos filhos são muito
particulares e a criação que escolhemos dar a eles são de nossa escolha e
responsabilidade, mas é fundamental sabermos que não criamos nossos filhos para
nós mesmos, mas sim para o mundo, um mundo que raramente é tão amoroso e
cuidadoso quanto nós.
Por isso, quanto mais
preparados eles estiverem para enfrentar a realidade da vida, mais
bem-sucedidos serão.
Muitas vezes os pais, em atitudes baseadas no desejo de proteção, criam
seus filhos como “príncipes”, atendendo a todos os seus desejos e não permitindo
que se esforcem por nada na vida, e apesar de ser gratificante poder oferecer o
melhor para nossos filhos, precisamos incluir um pouco de “realidade” em suas
rotinas, para que não estejam despreparados, quando tiverem que enfrentar o
mundo real, porque nem os pais e nem a fantasia duram para sempre.
Içami Tiba, um dos grandes
psiquiatras brasileiros e também escritor nos presenteou com muitas obras
fantásticas, e em uma delas, “Pais e
Educadores de Alta Performance” no qual fala mais sobre esse assunto,
confira um trecho abaixo.
“Não há nada pior para os pais
do que permitir que seus filhos sejam como príncipes que terão de ser
sustentados pelo resto da vida. Para que não nos esqueçamos, relembro algumas
práticas familiares que dão péssimos resultados na educação dos filhos e
alunos:
1. Fazer pelo filho o que ele
próprio pode fazer sozinho;
2. Deixar de cobrar obrigações
que ele tem de cumprir;
3. Engolir contrariedades,
respostas mal-educadas, desrespeito aos outros;
4. Permitir que o filho imponha
suas vontades inadequadas a todos;
5. Concordar com tudo o que o
filho faz e diz só para não o contrariar;
6. Acreditar que “o filho não
mente” ou “ele nem sabe o que faz”;
7. Permitir que o filho gaste o
dinheiro do lanche em outras coisas;
8. Assumir para si as
responsabilidades sobre o que o filho faz;
9. Silenciar quando percebe que
o filho falsificou a assinatura dos pais;
10. Repetir muitas
vezes a mesma ordem;
11. Dar tapas ou
“surras pedagógicas”;
12. Ser conivente com
suas delinquências;
13. Aceitar notas
baixas, tarefas feitas de qualquer jeito;
14. Terceirizar a
educação dos filhos;
15. Ignorar o lixo que
o filho jogou no chão;
16. Permitir que os
filhos dentro de casa façam o que não devem fazer no ambiente social;
17. Incentivar a tirar
proveitos pessoais de qualquer vantagem que tiver;
18. Justificar as
falhas dos filhos como erros dos outros;
19. Tolerar mentiras,
traições, pequenos furtos etc.;
20. Minimizar o
cumprimento de regras, ordens e combinações estabelecidas;
21. Inventar desculpas
por falhas próprias;
22. Mudar as regras
existentes para favorecer os filhos;
23. Permitir que
experimentem drogas;
24. Fingir que não
percebeu a ingratidão e o abuso que os filhos cometeram;
25. Instigar
superioridade religiosa, financeira, familiar, etc;
26. Dividir o mundo em
pessoas espertas e burras;
27. Ser cúmplice ou
conivente nas transgressões e contravenções dos filhos;
28. Colocar o filho
acima de tudo e de todos;
29. Ajudar o filho a
“colar” nas provas;
30. Fazer a lição de
casa do filho;
31. Ameaçar ou agredir
professores ou pais dos amigos do filho por erros que são dele.”
Essa é uma reflexão muito importante a respeito do papel dos pais na
vida dos filhos, preparando-os para uma vida adulta em um mundo que nada tem de
“contos de fadas”.
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