No Facebook, uma leitora elogia a sedução
de minhas palavras e pede uma horinha comigo pessoalmente. Respondo que sou
casado e muito feliz. Ela retruca que não há problema, que não é um impeditivo.
Reforço a minha fidelidade e o quanto que não há sentido a sua insistência. Ela
não desiste: propõe encontro, passa o número do celular e ainda fica provocando
que dê provas de minha capacidade. Continuo direto, objetivo, seco: não tenho
olhos para outra mulher. Daí ela se sente ofendida, reclama que não precisava
ser grosseiro e dispensá-la. Um pouco mais e me chamaria de fresco, de tolo, de
covarde.
O que pretendo
esclarecer é que nunca vou pôr em risco o amor verdadeiro de minha vida. Eu sei
o quanto é raro e como foi custoso encontrá-lo. Não me esconderei em
ambiguidades, não mentirei para agradar, não me envaidecerei com cantadas, não
deixarei que uma estranha saiba algo que a minha mulher não sabe.
Mantenho orgulho
de minha exclusividade. Ando em linha reta porque o meu coração guarda alguém
em suas curvas.
Gostaria de
declarar, com todas as letras, que a minha esposa é a pessoa mais importante de
meus atos, a mais especial de meus gestos, a que mais admiro em meus devaneios.
É a minha melhor amiga, a minha confidente, a minha cúmplice. Só com ela eu me
divirto só de conversar. Só com ela eu me alegro só de existir. Só com ela um
minuto longe de casa significa meses de saudade.
Jamais
sacrificaria o que construímos. Já atravessamos momentos pungentes juntos, como
o luto familiar, e não existe mau tempo que nos distancie. Somos inseparáveis
na alegria e na tristeza, na doença e na saúde.
Dói apenas de
pensar em magoá-la.
Fidelidade é
agradecimento. Agradeço a cada dia por ela estar comigo. E a honrarei com a minha
linguagem agora e sempre.
Fabrício Carpinejar
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