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sexta-feira, 12 de abril de 2019

Para quem acredita que Depressão é falta de Deus...


Para quem acredita que Depressão é falta de Deus: Padres desmentem
mitos sobre saúde mental.

Muitos religiosos pregam que a Depressão é uma falta de Deus, fruto de uma vida pecaminosa ou até mesmo da falta de fé. Esses tipos de sermões tornam a vida de quem sofre um transtorno mental ainda pior.

Muitos religiosos pregam que a Depressão é uma falta de Deus, fruto de uma vida pecaminosa ou até mesmo da falta de fé. Esses tipos de sermões tornam a vida de quem sofre um transtorno mental ainda pior, impossibilita tratamentos adequados e pode, não poucas vezes, causar o agravamento de quadros depressivos e até mesmo o suicídio.

Porém, não são todos os religiosos que possuem essa visão sobre o tema. Há diversas pessoas que professam alguma fé e defendem uma visão mais científica sobre saúde mental. Reunimos aqui depoimentos de alguns religiosos famosos no Brasil que falam sobre suas experiências com depressão e outros transtornos mentais.

Depressão tem nada a ver com fé, diz padre Marcelo Rossi


Padre Marcelo Rossi é um dos religiosos que mais estiveram presentes na história da mídia brasileira. Teve diversos CDs entre os mais vendidos do país e best-seller como Ágape. A rotina desgastante e a visão sobre saúde mental nessa época, debilitaram o padre e ele acabou passando por uma depressão severa. ““Eu estava hiperestressado, debilitado e deprimido. Devia ter parado”, disse em entrevista à revista Veja.

Em outra entrevista, Padre Marcelo confessou para o Diário Gaúcho, “Tive que me libertar de uma coisa que eu achava que não existia. Aprendi que depressão existe, sim. Durante muitos anos, eu ajudei as pessoas a se libertarem dela, e de outras angústias. E eu fui cair nela. Mas encaro tudo isso como uma segunda chance.”

Para superar este episódio de sua vida, o sacerdote contou com a ajuda de médicos, psicólogos e nada disso atrapalhou o exercício de sua fé.

Padre Fábio de Melo e sua luta contra a Síndrome do Pânico.


O Padre Fábio de Melo conversou com a jornalista Mariana Godoy, em um programa da Rede TV, sobre a sua experiência de ter enfrentado a síndrome do Pânico.

“Isso, para mim, no meu caso, foi a fatura de uma vida mal vivida. De uma vida sem tempo para um cultivo pessoal absolutamente necessário, porque não importa qual seja a nossa atividade, todos os humanos têm a mesma necessidade. […]

Tenho sido muito fiel ao reconhecer essa necessidade de quietude e de silêncio, de um pouco sossego. […] Eu pensei em morrer muitas vezes, em deixar de fazer tudo que faço, em acabar com tudo o que eu tinha iniciado. É impressionante como o pânico retira o chão da gente”

Padre Fábio de Melo fez tratamento em conjunto com psiquiatra, psicólogos e clínicos gerais. Assim como Padre Marcelo Rossi, demonstrou que nada disso abalou a expressão de sua fé.

“Quando comecei a sentir os primeiros medos, eu não soube identificá-los. Achei que era cansaço, desgaste natural do dia a dia e fico muito assustado que nos dias de hoje a gente tenha se acostumado com algumas patologias mentais que são produzidas por nós mesmos, pelo nosso estilo de vida. A gente não sabe o momento de pedir ajuda.”

Depressão e Câncer são doenças, “falta de Deus” é outra coisa.

Se uma pessoa infarta, descobre um câncer ou chora sangue (como Jesus angustiado chorou), não teremos pessoas apontando uma falta de Deus. Mas para as doenças emocionais ainda existe essa crença. O relato dos padres servem para refletirmos e olharmos essas doenças como doenças, não como males espirituais.

Mudar de postura em relação a Depressão e outros transtornos salva vidas.

Papa Francisco, quando veio ao Brasil, inaugurou Centro de Atenção à Saúde Mental

Em 2013, quando veio ao Brasil, o Papa Francisco participou da inauguração de um centro de atenção à saúde mental no Rio de Janeiro. O centro foi construído com recursos da Conferência Episcopal Italiana. Na época, o Frei Francisco Belloti, disse. “Não, jamais [vamos obrigar pessoas a ir à missa]. A nossa religiosidade é mais para os profissionais, no jeito de cuidar, de dar a medicação, de abordar, de entrar no quarto e acolher a família”.

Fonte: Site Psicologias do Brasil

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