O hábito de ler é o que nos torna mais humanos, diz a ciência
A gente já
sabia, mas os estudiosos confirmaram: ser um leitor de ficção te faz ter mais
empatia pelo próximo.
por Giovana Feix, via M de Mulher
Você pode estar precisando de uma desculpinha para ler
mais (ou para estimular alguém a fazer o mesmo) ou de um empurrãozinho para
decidir qual será sua próxima leitura. Ou pode estar, simplesmente, querendo
entender um pouco melhor como funciona essa coisa bem louca chamada “humanidade”.
Para qualquer um destes três casos, nós temos boas
notícias: para a ciência, tem ficado cada vez mais claro o quanto aqueles que
leem literatura de ficção desenvolvem o dom da empatia muito mais do que os
outros.
E por “ficção” entende-se que vai além da científica –
estamos falando de romances, mesmo, histórias inventadas, daquelas que nos
transportam diretamente para a cabeça de um ser que, na verdade, não existe.
Em meados do século passado, surgiu a Teoria da Mente,
descrita pela revista Science como “a capacidade humana de compreender que as
outras pessoas têm crenças e desejos e que eles podem ser diferentes de suas
próprias crenças e desejos”.
Um estudo publicado em 2013 na mesma revista
descobriu, justamente, que os leitores de romances costumam se sair melhor,
quando testados a respeito da Teoria da Mente. Ou seja: eles compreendem melhor
o fato de que os seres humanos têm opiniões diferentes.
Em julho deste ano, outra pesquisa sobre empatia e a
leitura examinou como essa relação é poderosa. Entre os participantes, alguns
foram convidados a ler o conto Saffron
Dreams, da autora paquistanesa Shaila
Abdullah, enquanto outros só foram informados sobre como a história se
desenrolava.
Depois, todos eles foram expostos a fotografias de
olhares – de várias pessoas diferentes – e estimulados a supor o que cada um
dos fotografados estava pensando e sentindo.
Os que leram o conto viam com empatia semelhante os
rostos de pessoas árabes e de pessoas brancas, mais do que os outros que não
leram. Resumindo: além de ler ficção, precisamos investir nas narrativas,
mesmo.
Entre um livro de ficção e uma biografia, portanto,
você já pode ter certeza do que escolher!
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