O leitor poderá fazer pacotes
mensais para ler as edições da revistinha criada por Maurício de Sousa
Turma
da Mônica (Foto: Divulgação)
A Turma da Mônica agora cabe no seu bolso. Se você tem saudades das
aventuras pelo Bairro do Limoeiro, vai gostar de saber que os gibis da turminha
também podem ser lidos por um novo aplicativo para smartphones. O mais legal de
tudo é que, além das novas edições, também estão disponíveis todas as
revistinhas desde 1950— praticamente uma Netflix da turminha.
Criada pela "Maurício de
Sousa Produções" em parceria com a editora Panini Comics, a plataforma
ganhou o nome de Banca da Mônica e está disponível tanto para o sistema Android
quanto iOS. São várias opções de pacotes que trazem desde as histórias mais
clássicas até versões internacionais, em inglês e espanhol.
Para começar a ler, é necessário fazer um dos pacotes mensais
disponíveis. São quatro opções: Padrão (que inclui os gibis atuais de todos os
personagens), por R$ 24,90; Acervo (com edições clássicas de 1950 a 2016), por
R$ 3,50; linha infantojuvenil, por R$ 16,90 e, por último, o “Internacional”,
por R$ 16,90. Já as graphic novels são vendidas individualmente pelo preço da
capa de cada edição.
Antes de decidir qual tipo de assinatura escolher, é possível que o
leitor experimente o pacote gratuitamente por 30 dias. Se não for dispensada
pelo menos 24 horas antes do final do período, a assinatura é renovada
automaticamente. Para realizar o pagamento é necessário ter cadastro na
plataforma do Google Play ou iTunes.
Turma
da Mônica terá histórias com os super-heróis da DC
A
parceria foi anunciada durante a Bienal do Livro de São Paulo
Imagem
divulgada da parceria (Foto: Divulgação)
Agora sim a Liga da Justiça está completa: os personagens da Turma da
Mônica e os super-heróis da DC se reunirão em histórias que deverão chegar às
bancas no final deste ano. A Mauricio de Sousa Produções, a Editora Panini e a
DCEntertainment anunciaram a parceria no sábado, durante a Bienal do Livro de
São Paulo.
Além dos personagens clássicos da Turma da Mônica, o crossover também
acontecerá nas histórias da publicação Turma da Mônica Jovem. De acordo com o
anúncio, a produção dos desenhos ficará por conta do estúdio de Mauricio de
Sousa e os roteiros serão desenvolvidos pelas duas empresas.
De acordo com as empresas, os quadrinhos também serão comercializados
nos Estados Unidos. As primeiras histórias serão lançadas em dezembro, durante
a Comic Con Experience, que acontecerá em São Paulo.
Heróis
da DC e a Turma da Mônica Jovem
(Foto: Divulgação)
Mauricio
de Sousa: conheça a trajetória do criador da Turma da Mônica
Separamos
histórias da vida pessoal e profissional do mais famoso e premiado autor
brasileiro de quadrinhos
Mauricio
de Sousa, o criador dos quadrinhos da Turma da Mônica
(Foto: Divulgação)
Paulista nascido em Santa Isabel, filho de um casal de poetas, membro da
Academia Paulista de Letras e o mais famoso e premiado cartunista brasileiro.
Este é Mauricio Araújo de Sousa, mais conhecido por Mauricio de Sousa, o
criador dos quadrinhos da Turma da Mônica.
O artista conquistou o país em 1959, ano em que seus personagens
carismáticos e icônicos estrearam ao público. De lá para cá, as histórias de
Mônica, seus amigos e familiares cresce em quantidade e em alcance – há gibis,
desenhos, audiobooks e outras formas de mídia.
Para relembrar a trajetória do cartunista, GALILEU separou algumas
curiosidades e fatos sobre a trajetória pessoal e a carreira profissional do
maior nome nacional de histórias em quadrinho:
Nascimento e infância
Mauricio de Sousa nasceu em 27 de outubro de 1935 em Santa Isabel,
município no estado de São Paulo. Filho do barbeiro (mas poeta e pintor por
vocação) Antônio Mauricio de Sousa e da poetisa Petronilha Araújo de Sousa, o
cartunista cresceu em um ambiente repleto de arte, livros e cultura.
Ainda muito pequeno, Mauricio mudou-se com a família para Mogi das
Cruzes, cidade vizinha. Sua mãe o ensinou a ler, utilizando como material os
balões de gibi que seu pai trazia para casa. Sua infância foi marcada por
pescarias, brincadeiras de rua e nas casas de seus vizinhos.
Conforme foi crescendo, Mauricio passou a desenhar cartazes e pôsteres,
alguns dos quais integraram jornais de Mogi. Ele queria viver de seus desenhos
e quando contou ao pai do que esperava de seu futuro, ouviu o seguinte
conselho: “Mauricio, desenhe de manhã e administre à tarde.”
Caça aos gibis
Nos anos 1950, os gibis foram alvo de perseguição ferrenha no Brasil e
em outras partes do mundo. Em 1954, o psiquiatra alemão Fredric Wertham afirmou
que a indústria dos quadrinhos era uma das razões pelo desvio de comportamento
de jovens e o aumento da criminalidade e delinquência. Sua tese foi escrita no
livro Seduction of the Innocent (Sedução do Inocente, em tradução livre),
escrito pelo próprio psiquiatra, documento que motivou a uma caça a essa forma
de mídia.
A teoria do médico passou por vários países e originou o código de ética
Comics Code Authority, selo que delimitava quais quadrinhos poderiam ser
publicados ou não. A notícia também chegou no Brasil e na escola de Mauricio,
quando um de seus professores pediu para que os alunos levassem seus gibis para
serem queimados.
"Eu não aceitei essa ameaça, mas como também não queria tirar nota
baixa, eu escolhi os gibis que eu não gostava muito e que tinham uns desenhos
ruins", relembra o cartunista em entrevista à TV UOL. "Quando vi
aquele fogaréu no meio do praça, achei algo muito triste."
Seguindo o sonho
Em 1954, aos 19 anos de idade, Mauricio se mudou para a capital paulista
e começou a procurar emprego como ilustrador. Chegou até a reação do antigo
jornal Folha da Manhã oferecendo seus serviços mas, em vez disso, conseguiu uma
vaga de repórter policial.
Ele exerceu a função por cinco anos, realizando muitos plantões e
ilustrando suas reportagens com desenhos próprios que faziam muito sucesso
entre os leitores do veículo. Em 1959, sua primeira tirinha foi publicada na
imprensa, no jornal Folha da Tarde, do mesmo grupo editorial da Folha da Manhã.
A ilustração trazia suas primeiras personagens, o cão Bidu e Franjinha.
Foi a partir deste momento que Mauricio deixou o jornalismo de lado para
trilhar seu sonho de ser desenhista.
Bidu
e Franjinha (Foto: Reprodução)
Censura na ditadura
Em 1964, muitos cartunistas temeram a censura e as possíveis
dificuldades de produção de arte por conta do regime instaurado após o Golpe
Militar. Somado a isso, o movimento nacionalista dividiu os ilustradores entre
aqueles que queriam criar narrativas tipicamente brasileiras e outros que não
viam mau em incorporar certos padrões norte-americanos.
Naquele período, Mauricio estava à frente da Associação de Desenhistas
de São Paulo (ADESP), mas não decidiu rumar para nenhum dos dois lados. Fez o
oposto: deixou o cargo de presidência e continou escrevendo suas histórias, às
vezes, inclusive, dando alfinetadas à censura militar. Todavia, nenhuma de suas
histórias foi reprimida pelo regime ditatorial, o que não aconteceu com muitos
de seus semelhantes.
Como decidiu não tomar parte no movimento que surgiu, Mauricio perdeu
seu emprego no jornal Folha da Tarde e teve seu nome adicionado na lista negra
de cartunistas de São Paulo. O momento foi particularmente difícil para ele em
questões econômicas, a opção restante foi ilustrar jornais de paróquias.
Turma da Mônica
Antes de perder seu emprego como cartunista na Folha da Tarde, veículo
em que publicava semanalmente suas tirinhas, Mauricio decidiu ampliar o leque
de personagens nas histórias de Bidu e Franjinha.
Em 1960, desenhou a coadjuvante Cebolinha, que sempre falava errado (ou
elado?). Em 1961, foi a vez do Cascão. Mais personagens foram surgindo, mas
todas eram do gênero masculino. Até que Mauricio foi confrontado pela ausência
de mulheres em suas tirinhas e, em 1973, desenhou a Mônica, seu maior sucesso.
Todas essas novas personagens foram ganhando certo protagonismo e,
finalmente, em 1970, Mauricio decidiu lançar uma revista para suas criações:
Mônica e a sua Turma.
Primeira
edição da revista da Turma da Mônica
(Foto: Divulgação)
O veículo trazia vários dos personagens criados pelo artista nas
tirinhas de jornais. Com o tempo, outros tantos foram surgindo e aparecendo na
revista de HQ, entre eles, personagens da Turma do Chico Bento, Turma da Tina,
Turma da Mata, Turma do Penadinho e outros.
O sucesso foi crescente e aos poucos a Mônica ganhou versão animada para
aparecer em comerciais de televisão, ainda no final da década de 1960.
Um apêndice da revistinha da Turma da Mônica é a versão adolescente das
famosas personagens, a Turma da Mônica Jovem, lançada em 2008. De acordo com a
Mauricio de Souza Produções, a tiragem dessas revistas atinge mais 500 mil
exemplares mensais.
Turma
da Mônica Jovem (Foto: Divulgação)
Personagens muito conhecidos
De 1959 até os dias atuais, Mauricio e sua equipe de desenhistas da
Mauricio de Sousa Produções já deram vida a cerca de 250 personagens, alguns
que fizeram sucesso enquanto outros até deixaram de existir.
Muitas dessas personalidades que fazem sucesso nos gibis são inspiradas
em pessoas da vida real de Mauricio. O artista, que é pai de dez filhos,
colocou todos eles em suas histórias: suas filhas Mônica, Magali, Marina e as
gêmeas Vanda e Valéria, que mantiveram seus nomes verdadeiros, além de Maria
Cebolinha (inspirada em sua filha Mariângela), Do Contra (o filho Mauricio
Takeda), Nimbus (Mauro Sousa), Prof. Spada (Mauricio Spada), Marcelinho (Marcelo
Pereira, seu caçula).
Titi e Franjinha, por exemplo, foram criados a partir de dois sobrinhos
de Mauricio. Bidu era um cachorro de sua família, enquanto Cebolinha e Cascão
eram amigos de seu irmão. Já Horácio, o dinossauro, é o alter ego do
cartunista. “Mônica, Cascão, Cebolinha, Magali, eles todos são a minha família,
são inspirados na minha vida, então eles são parte do que eu sou”, conta o
desenhista em entrevista ao Estadão.
Astronauta,
personagem dos quadrinhos de Mauricio de Sousa
(Foto: Reprodução)
Expansão mundial
Nesses 59 anos de trabalho, a Mauricio de Sousa Produções já publicou um
bilhão de revistas e, atualmente, representa 86% das vendas de HQ no Brasil. O
material também é exportado para cerca de 30 países.
Junto aos quadrinhos, há também livros ilustrados, álbuns de figurinhas,
DVDs, desenhos animados, série no YouTube, parque de diversão e outros tantos
produtos licenciados.
Todas essas conquistas o consagraram como o mais famoso e premiado autor
brasileiro de quadrinhos.
*Com
supervisão de Isabela Moreira.
(Com
informações de eBiografia, O Estado de São Paulo, Estudo Prático e UOL Entretenimento.)
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