A VOZ DO SILÊNCIO
Tiveste tudo na
vida: dinheiro, fama, mulheres e muitos amigos.
Todos lhe
bajulavam, era muito querido. Viestes do nada e tiveste tudo da vida e a vida
lhe escancarava belo sorriso e lhe presenteava com roupas caras, festas e muita
euforia, mas, não lhe disseste que um dia cobraria.
E o tempo
passou, a juventude, a saúde e o dinheiro se foram e levaram juntos o sucesso e
os amigos.
Agora, pouco lhe
restou e o que ganhou vida, foi um grande fantasma chamado "vazio",
que lhe agarra com fortes braços e sem piedade lhe castiga.
Ele caminha a
passos indecisos, tem mil amigos e nenhum contigo. Senta-se no sofá da sala,
olha o vazio, nenhum barulho, nenhum sorriso... vai até a janela e olha o
infinito, o vento lhe beija o rosto e acaricia sua pele flácida, enrugada pelo
tempo e nenhuma resposta lhe traz, até o momento.
Então, perambula
até o quarto e o silêncio dá um grito que lhe corta o coração e nada mais lhe
resta que um sombrio colchão e tentar dormir, abraçado com a solidão.
Se recorda dos
tempos felizes que o passado lhe dera e por um orgulho maldito, não valorizou o
que tinha valor, e jogou fora parte de sua vida.
Agora, resta-lhe
a voz do silêncio que lhe tortura e o murmúrio dos acordes de violão amigo, que
mais parece um triste lamento.
Mas ainda há
tempo de jogar para longe a nostalgia do passado, juntar o pouco de forças que
lhe sobraram e fazer diferente.
Ainda há tempo
de abrir o coração para amar e deixar-se amar.
Ainda há tempo
para sorrir, abraçar, flutuar no mundo dos amantes e a voz do silêncio, jamais
será obstáculo, para vivenciar da vida, os bons momentos.
Leonice Teixeira
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