Por Eduarda Rozemberg
Em quase toda escola os professores sofrem com o mesmo problema: alunos
abaixo da média, desinteressados e com um desempenho que poderia (e deveria)
ser muito melhor. Se essa realidade é extremamente comum e se repete de forma
incessante, como fazer para mudá-la ou, pelo menos, melhorar o quadro geral de
desempenho dos alunos?
A resposta não é simples, nem única.
Melhorar o desempenho dos alunos, como todo professor sabe, não é tarefa
fácil! Mas é possível adotar algumas estratégias que resultam em efeitos
significativos na busca por fazê-los aprender mais e melhor.
Confira as 4 dicas a seguir e saiba como melhorar o desempenho dos seus
alunos.
1. Mude a visão que os alunos
têm dos estudos
A primeira mudança a ser adotada diz respeito à uma alteração de
mentalidade que deverá gerar efeitos práticos, a longo prazo. Trata-se de mudar
a imagem que os alunos têm dos estudos.
Estudar é, muitas vezes, visto como um afazer mandatório e entediante,
quase uma punição que pais e professores impõem aos jovens. Porém, isso não
deveria ser assim, afinal, a possibilidade de entrar em contato com o novo e de
compreender mais o mundo ao nosso redor é algo que deveria se apresentar como
extremamente estimulante. Para que esse quadro mude, é interessante que as
atividades escolares sejam apresentadas como desafiadoras e cativantes.
Muitos pais e professores cobram o desempenho de forma errada, focando
na duração dos estudos do aluno, por exemplo. Frequentemente, quando a criança
ou o adolescente está ocioso, logo é obrigado a estudar mais, mesmo que já
tenha concluído as atividades em sala de aula ou o dever de casa. Dessa
maneira, o aprendizado acaba se tornando, inevitavelmente, um castigo.
Por isso, muito mais do que dizer “vá estudar” de forma vazia e
automática, é mais interessante focar a questão do aprender, mostrando ao aluno
o que ele tem a ganhar. Além disso, é fundamental transformar as estratégias
pedagógicas.
A família pode ser uma grande aliada no processo de melhorar o
desempenho dos alunos, já que exercem um papel muito relevante na sua formação.
Portanto, manter um diálogo aberto e direto entre as famílias e a escola é
extremamente importante para criar uma relação de confiança. Além disso, com
essa proximidade eles terão a oportunidade para contribuir para uma melhora
contínua no ambiente escolar. Assim sendo, cria-se a oportunidade de estimular
ainda mais os estudantes.
2. Faça do aprendizado uma
diversão
A utilização da tecnologia aliada à educação, por exemplo, é uma
estratégia bastante promissora para motivar o estudo. Atualmente, a maioria dos
jovens é bastante ligada a aparelhos tecnológicos e a ferramentas digitais.
Aproveitar esse interesse de modo a melhorar o ensino é uma ótima ideia.
Aplicativos são maneiras de fazer os estudantes se
divertirem e aprenderem ao mesmo tempo, e por isso valem a sua atenção.
Propor atividades externas, de modo a prender a atenção e instigar o
pensamento dos estudantes é outra ótima estratégia. É preciso saber manter o
foco nos objetivos, mas sair do lugar-comum é mais do que recomendado. Além dos
exercícios que envolvem a tecnologia, é preciso usar a criatividade para fazer
com que aulas fujam do esquema restrito ao livro, ao caderno e ao quadro.
Nosso cérebro funciona melhor quando é constantemente estimulado e
surpreender os estudantes com exercícios diferentes é muito positivo.
Atividades diferenciadas são interessantes para dar contexto ao que foi
aprendido em sala de aula, além de serem úteis para desenvolver e fortalecer as
competências socioemocionais dos alunos. Por meio disso, a escola estará
incentivando os estudantes a se tornarem cidadãos integrais capazes de aplicar
seus conhecimentos no dia a dia.
3. Mostre a aplicação prática
do conteúdo
Fazer com que os alunos atinjam um grau de excelência nos estudos passa
por motivá-los a querer aprender para, a partir daí, ensinar com qualidade e
receber resultados positivos. Esse ensino diferenciado deve deixar de lado,
antes de tudo, o “decoreba”, para privilegiar o conhecimento mais profundo e
aplicado do conhecimento no dia a dia dos estudantes, de modo que aquilo que o
aluno aprende em sala passe a fazer parte de sua vida, mesmo fora da escola.
Por isso, é essencial tornar as aulas mais dinâmicas e práticas, aliando
o conteúdo das disciplinas à “vida real”, por assim dizer.
Relacionar aquilo que está nos livros às situações comuns do cotidiano
dos estudantes ajuda a deixá-los muito mais interessados nas aulas. Dessa
forma, o desempenho dos alunos melhora bastante ao perceber a utilidade dos
estudos e a aplicação dos conceitos na prática.
É válido, por exemplo, pedir para que eles observem o respeito às normas
gramaticais nas revistas e blogs que leem, deixando a aula de português muito
mais envolvente. Já no caso da matemática, é possível propor a atividade de
observação das condições de pagamento das lojas que costumam frequentar, de
modo a estudar os juros e o parcelamento de valores.
4. Acompanhe o desempenho dos
alunos para melhorar
Outra estratégia para melhorar o desempenho dos estudantes é sempre
estar atento ao resultado geral da turma. Uma dificuldade recorrente em
matemática, por exemplo, pode ser um sinal de que o conteúdo não está sendo
trabalhado da melhor forma. É essencial que o professor esteja atento, também,
aos sinais de dificuldade de aprendizagem.
Ao longo do ano, por meio das ferramentas de avaliação de desempenho, é
importante comparar os resultados e acompanhar a evolução da turma. Esse tipo
de diagnóstico ajuda professores e coordenação a identificar as intervenções
pedagógicas necessárias e a traçar estratégias de ensino mais eficientes. O
educador ganha embasamento para, por exemplo, testar diversas formas de
trabalhar o conteúdo e ver quais combinam mais com cada turma. Além disso, ao
indicar exercícios, atividades e formas de avaliação múltiplas, torna-se muito
mais fácil melhorar o desempenho dos alunos.
A partir daí, o processo de aprimoramento do desempenho tem sua etapa
final — que será, também, o pontapé inicial, já que se trata de um ciclo — no
momento da intervenção pedagógica. Isso porque não adianta aplicar uma
atividade aos alunos se os seus resultados não são analisados: é fundamental
entender quais são as lacunas do aprendizado dos alunos e traçar estratégias
para que sejam de fato superadas.
Por fim, não se esqueça de retomar o conteúdo com alguma periodicidade.
Certos temas vão ficando para trás, e relembrá-los é uma boa estratégia para
manter os tópicos sempre em voga na sala de aula e ainda mostra aos alunos que
o que foi aprendido não deve ser esquecido após as avaliações, e sim permanecer
com eles para o futuro.
Mesmo com essas dicas apresentadas, desenvolver os alunos para um melhor
desempenho pode ser um grande desafio. Os estudantes são muito diferentes uns
dos outros, o que exige um tratamento diferenciado para cada um deles.
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