Profª Olímpia
“Como trabalhar
leitura no EM com o já cristalizado "não gosto de ler"?”
Confira a
resposta de Olímpia:
Dedicados leitores,
Mais uma vez,
darei voz aos dizeres de vocês, reunidos nos comentários da enquete sobre a
BNCC. Trataremos de uma questão bastante presente em nossas conversas, ao longo
dos cinco anos de publicação de textos aqui, no “Pergunte à Olímpia”. Vamos
conferir?
Para iniciar a
conversa, gostaria de convidá-los para a apreciação da primeira parte da
entrevista com a Profª. Vima Lia de Rossi Martin (USP):
Literatura em Movimento – Entrevista Vima Lia de Rossi Martin
Entre outras
possibilidades reflexivas, o vídeo lança uma questão fundamental: os jovens
leem sim, mas talvez não o que e como a escola tende a valorizar! Nas palavras
da Profª. Vima, “muitas vezes, as
leituras desses jovens são leituras excluídas da escola ou que estão em confronto
com as leituras propostas pela escola e, sobretudo, pelo modo como as leituras
literárias são propostas, de um modo geral, dentro das escolas”.
Diante disso,
entendo que estamos sendo convocados a “tirar
de cena” a questão do “não gostar de
ler” para evidenciar a urgente investigação sobre modos pelos quais a
leitura está presente no cotidiano de nossos estudantes.
Somada a essa
ideia, somos igualmente chamados a ressignificar o ensino da literatura na
escola, abandonando uma perspectiva historiográfica e meramente informativa
para abrir caminho para a exploração do repertório cultural construído ao longo
dos tempos, com vistas a uma apropriação por parte dos alunos, o que os levará
a uma reflexão densa e significativa sobre relações entre questões do passado
(de um determinado contexto histórico) e do nosso contexto presente. Em
síntese, como sugere a pesquisadora, temos de levar os alunos a fazerem (e
responderem) às questões: “o que é que
essa literatura tem a ver comigo?”; “o
que é que essas questões colocadas no texto têm a ver como a realidade que se
vive nesse aqui e agora?”
Refletindo sobre
maneiras de contemplar o ensino de literatura na escola, ainda ganha destaque o
papel fundamental do professor, em função do olhar tanto para a potência do
leitor como alguém capaz de ler e de construir uma leitura de mundo a partir do
texto literário quanto para a mediação de leitura, capaz de iluminar questões
do texto, promovendo relações interdiscursivas e intertextuais.
Apostar no
trabalho com as modalidades de leitura – especialmente a leitura em voz alta e
a leitura compartilhada – envolvendo os alunos em momentos de leitura feita
pelo professor e por eles, “dando vez e voz” a maneiras de refletir, entender o
mundo e se entender no mundo tendem a contribuir, de forma decisiva, para as
relações que os jovens têm com a leitura e a literatura e para a formação do
leitor literário.
Nesse sentido,
segue uma sugestão de navegação literária bastante interessante e abrangente,
que reúne entrevistas, artigos, indicações e pesquisa, tudo isso disponível no
Portal Escrevendo o Futuro, especificamente no espaço Literatura em Movimento.
Vale, ainda, um
passeio por Projetos de escrita, apresentados no Seminário Internacional
Escrevendo o Futuro (2015), envolvendo o trabalho com diferentes gêneros da
esfera literária e por Sequências didáticas elaboradas por “professores olímpicos”, como “A literatura e o contexto sociocultural onde vivo: qualquer semelhança não é mera coincidência”.
Mesmo muito
distante de um ponto final, agora, abro espaço para que vocês comentem o texto
e relatem experiências de práticas voltadas à formação do leitor literário.
Fonte: Portal Escrevendo o Futuro
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