O belo chama a atenção em todos os setores de nossas vidas, sejam
momentos, sejam objetos, lugares ou pessoas. No entanto, ponto pacífico, a
beleza por si só não se sustenta caso não se acompanhe de essência, daquilo que
não vemos, mas é essencial.
Por Marcel Camargo
Num primeiro momento, somos atraídos pela pessoa em
vista de sua aparência, da harmonia entre seus traços, seus gestos, seu
sorriso. O belo chama a atenção em
todos os setores de nossas vidas, sejam momentos, sejam objetos, lugares ou
pessoas. No entanto, ponto pacífico, a
beleza por si só não se sustenta caso não se acompanhe de essência, daquilo
que não vemos, mas é essencial.
Na verdade, o
tempo somente deixa que fique em nós aquilo que nos toca o coração e a alma,
de uma forma única e especial, e isso não tem nada a ver com roupas de grife,
móveis vitorianos ou olhos azuis. Tanto é que, não raro, acabamos achando
bonitas, com o passar do tempo, muitas pessoas que de início não nos chamaram a
atenção por sua aparência.
Isso porque o
amor é uma coisa de dentro, algo que atravessa o que há lá fora,
adentrando pelos poros, instalando-se dentro de nós, sem avisar, sem ser visto
a olho nu. Nosso íntimo é assim mesmo, depende de atitudes, daquilo que
sentimos, do que nos fazem sentir, para muito além dos olhos. O que nos toca
fundo não é manipulado com os dedos, mas com o envolvimento afetivo que paira
além das aparências.
O mais importante, nisso tudo, é sabermos com segurança
aquilo que procuramos, bem como o que não queremos para nós. Se estivermos
conscientes de que não poderemos receber menos do que merecemos, de que temos
muito a compartilhar, a dividir, a somar, dificilmente traremos para junto de
nós quem só suga, quem mente, quem não retorna nada. É preciso ver além do que os olhos enxergam para perceber o que o outro
tem a oferecer em termos de verdade, de vontade de estar junto.
Precisamos levar sempre em conta a passagem do tempo,
dos anos, que levam embora a rigidez dos músculos, a firmeza da pele, a força
da coluna, além de muitos dos sonhos que acabam não se realizando. Porém, e
isso não há de se negar, aquilo que for
verdadeiro, os sentimentos profundos, a amizade, a cumplicidade e a ternura,
isso ninguém nos rouba, nem o tempo, nem a morte.
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