Dia
Internacional da Síndrome de Down: todos
têm
direito à vida inclusiva
Campanhas ao redor do mundo atuam para combater mitos e conscientizar as
populações sobre a luta de pessoas com síndrome de Down por respeito e direitos
iguais
A síndrome de Down não é uma doença. É uma alteração genética que ocorre
na gestação durante a divisão das células do embrião.
“As pessoas têm em suas
células 46 cromossomos, divididos em 23 pares. Nos indivíduos com Down, porém,
em vez de dois cromossomos no par 21, existem três”, explica o clínico geral
Roberto Debski.
No Brasil, estima-se que a população com a síndrome esteja perto de 300
mil pessoas.
Características
Pessoas com síndrome de Down possuem graus variáveis de comprometimento
intelectual e, por isso, uma aprendizagem mais lenta, quando comparada a uma
pessoa sem a síndrome.
Há também dificuldades motoras e atraso na articulação da fala e, em 50%
dos casos, cardiopatias. Já as características físicas são: olhos oblíquos,
rosto arredondado, mãos menores com dedos curtos e orelhas pequenas.
Diagnóstico
De acordo com Debski, durante a gestação, o ultrassom morfológico fetal
pode sugerir a presença da síndrome, que só é confirmada pelos exames de
amniocentese e amostra do vilo corial.
Depois do nascimento, o diagnóstico clínico é comprovado por um exame
que estuda os cromossomos.
O primeiro impacto
“A notícia causa aos pais
emoções como medo, raiva e tristeza – reações primitivas naturais e esperadas
em seres humanos, especialmente porque os coloca diante da possibilidade da
morte, das incapacidades e da desconstrução de sonhos pré-idealizados. Por
isso, devem ter paciência para viver o presente (e tentar não deixar a
ansiedade falar mais alto), coragem para cumprir os cuidados e resiliência para
encontrar serenidade no cenário de adversidade”, diz Flávia Nardes,
neuropediatra da Clínica Infanti (SP).
A especialista afirma também que é importante que a família não rotule o
filho com Down. “Todos somos seres muito
maiores que as disfunções físicas. Portanto, aquele novo membro da família vai
crescer, desenvolver-se, descobrir o mundo, aprender e vivenciar o amor
daqueles que o cercam.”
Escola regular ou
especializada?
“O ideal é que a criança com
síndrome de Down frequente escolas regulares que fiquem, de fato, atentas às
necessidades dela para que haja o melhor aproveitamento de aprendizado e
desenvolvimento. Além disso, é importante que as crianças que não possuem a
síndrome possam conhecê-la e, assim, incluí-la no seu convívio e acabar com o
preconceito”, ressalta Marcia Lika Yamamura, pediatra, acupunturista e diretora do
Center AO.
Amadurecimento pessoal e
intelectual
Um indivíduo com síndrome de Down aos 20 anos, por exemplo, pode ter um
funcionamento mental de um adolescente bem mais jovem, tanto no que se refere
aos assuntos escolares como àqueles da vida social.
“Entretanto, não existe um
‘bloqueio’ do desenvolvimento emocional e cognitivo. As crianças e adolescentes
vão continuar aprendendo habilidades nestes campos, porém, com um ritmo mais
devagar do que alguém da mesma idade sem a síndrome”, esclarece Flávia.
Acupuntura proporciona
bem-estar e alegria
Aliando a acupuntura, terapia complementar da Medicina Tradicional
Chinesa, com a fisioterapia, psicologia e fonoaudiologia, é possível notar o
melhor desenvolvimento do paciente.
“Essa combinação de
tratamentos ajuda no equilíbrio emocional, melhora a qualidade do sono, auxilia
no relaxamento muscular e diminui problemas respiratórios. Além disso,
fortalece a imunidade e melhora a cicatrização de feridas”, finaliza Marcia.
A importância da estimulação
precoce
Durante os primeiros anos de vida ocorrem várias modificações no sistema
nervoso central que permitem a aquisição de diversas habilidades, como sentar,
andar, correr, desenhar, falar, pensar e aprender.
“Por isso, quando uma criança
com deficiência neurológica (e não apenas aquelas que têm síndrome de Down)
inicia a estimulação em fases precoces da vida, a probabilidade de restabelecer
conexões neuronais inexistentes e de fortalecer conexões fracas aumenta”, afirma Flávia. Ou
seja: crianças com a síndrome podem fazer tudo.
Fonte:
Site UOL
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