Educar com afeto é oferecer uma infância com razão e
com coração. É dessa forma que orientamos nossos filhos com base na paciência e
no respeito, que se atende as necessidades sem pressa nem intervalos, mas passo
a passo, e de mãos dadas
Por mais curioso que pareça, nos dias de hoje ainda há
muitos pais, muitas mães, e inclusive professores que continuam utilizando uma
educação baseada nas clássicas estratégias comportamentais do reforço e da
correção. Admite-se como verdade que as crianças são uma espécie de tábula
rasa, nas quais é preciso introduzir conhecimentos à força, porque elas, é
claro, “não sabem de nada”.
No entanto, ao invés de entender a educação a partir
dessa perspectiva deveríamos enxergá-la mais como um despertar. É abrir os
olhos à vida e ao mundo, e tal conhecimento deve ser experimentado por meio da
curiosidade, do afeto e do respeito verdadeiro em relação à uma criança cujos
aprendizados interiorizados podem ser lembrados e aplicados graças ao amor.
Todos já ouvimos, e inclusive, provavelmente já
vivemos na pele aquele conselho que diz “a letra com sangue entra”. Apesar de
não ser correto deixar de lado a sempre importante cultura do esforço, o que
não é pedagógico nem justificável, é nos focarmos na cultura do sacrifício,
quando eliminamos a magia da infância de uma criança e a conduzimos apenas por
meio de castigos e recompensas.
Aprender com afeto, acreditemos ou não, é a chave do
sucesso porque criar com ternura e guiar com afeto é respeitar as crianças para
que o despertar da vida seja algo intenso, efetivo e feliz.
A educação com afeto é guiar por meio da Inteligência Emocional
Nos dias de hoje, há muitos profissionais da educação
que promovem esse tipo de despertar, essa mudança de abordagem nas aulas, nas
quais se aplica no dia a dia a Inteligência Emocional. Fatores como promover os
valores positivos, colocar os reforços positivos acima dos negativos, ou
priorizar as atividades de cooperação em relação às de competitividade é o que
pouco a pouco pode gerar grandes resultados.
Se nas escolas infantis e nos colégios tenta-se
promover essa abordagem, também é preciso estar em sintonia com essa proposta
em casa. De fato, temos certeza de que muitas das nossas mamães e dos nossos
papais, aqueles que nos acompanham todos os dias, estão aplicando muitos desses
conceitos-chave que a Inteligência Emocional nos propõe. Nesse tipo de abordagem,
o afeto no tratamento e a proximidade compreensiva dos pais são as estratégias
mais efetivas na hora de criar um menino ou uma menina.
Para isso, e para refletir um pouco mais sobre o tema,
propomos nos aprofundar nessa questão que, sem dúvidas, vai ser de grande
ajuda:
A criança não é uma folha em branco
É preciso se desapegar das clássicas abordagens sobre
o desenvolvimento e o modo de aprendizado de uma criança, para ser mais
eficiente na hora de criar e educar. Nossos pequenos não são “folhas em
branco”. Se fosse assim, todos eles seriam iguais e se comportariam da mesma
maneira na infância.
Como mãe ou como pai você deve saber que sua criança
de 2, 3 ou 6 anos de idade possui um caráter próprio, uma maneira de se
comportar, de reagir frente às coisas, de aprender ou de interagir com você.
Somente quando compreendemos como elas são, quais
emoções são predominantes, ou como se relacionam melhor com as coisas e conosco
é que conseguimos educar com sucesso.
Essa viagem, da infância e da educação, somente pode
ser realizada com sucesso com base no afeto e na atitude paciente de quem
compreende e intui. Porque as crianças não são cofres vazios, não são caixas
ocas.
Elas estão cheias de sonhos, de emoções opostas, de
ansiedades e, também, de medos.
Nosso trabalho reside, portanto, em conhecer todos
esses mundos interiores para ajudá-las a potencializar suas habilidades e suas
capacidades ao máximo.
O que é educar com afeto?
Educar com afeto é educar com paciência e sem pressa.
É conhecer as necessidades dos nossos filhos.
É fazer uso do reforço positivo, é ser um guia que
sempre está por perto quando a criança se engana ou faz algo errado, é saber
dizer “estou aqui com você, sei que você consegue fazer melhor e eu vou te
ajudar”.
Educar com afeto é não criar com gritos, é não
comparar nossos filhos com as outras crianças nem falar na frente deles como se
não estivessem presentes enquanto comentamos seus defeitos, suas manias, seus
erros, suas limitações…
Ser um pai ou uma mãe que educa com afeto é ser alguém
que sabe claramente o que deseja para seu filho: alguém que não quer filhos
perfeitos, mais bonitos, nem mais inteligentes. O que se deseja acima de tudo é
que a criança seja uma pessoa FELIZ.
Para concluir, no seu dia a dia com seus pequenos
tesouros nunca se esqueça dessas três palavras: afeto, paciência e presença.
Elas serão suas grandes aliadas.
Publicado no Site Sou Mamãe
Imagem de Komako Sakai
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