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terça-feira, 5 de março de 2019

Barroco no Brasil: Gregório de Matos


Gregório de Matos

Um dos maiores poetas do período Barroco é considerado um dos precursores da Literatura brasileira.

Ganhou o apelido de "boca do inferno", por seu senso crítico, feroz em torno de todo o sistema da monarquia, dos governantes e inclusive a igreja católica.

Nasceu na Bahia e foi contemporâneo de Padre Antônio Vieira, foi influenciado pela estética de Gôngora e Quevedo dois poetas espanhóis.

Sua obra divide-se em poesia sacra-lírica-amorosa, poesia lírica, poesia burlesca. Oscila entre o sublime e o grotesco com a combinação do gongorismo e o conceptismo.

Cultismo ou Gongorismo

Linguagem rebuscada, culta, extravagante;

Valorização dos jogos de palavras;

Influência do poeta espanhol Luís de Gôngora;

Valorização de "como dizer";

Estilo mais predominante na poesia;

Valorização da forma;

Presença de figuras de linguagem.

Conceptismo

Marcado pelo jogo de ideias, conceitos, seguindo um raciocínio lógico;

Presença de analogias, parábolas;

Influência do poeta espanhol Quevedo (comparações, metáforas, hipérboles e analogias);

Estilo mais predominante na prosa;

Valorização do conteúdo, lógica das ideias;
   
Estilo conciso e ordenado.

Poesia Lírica

Idealização do amor;
   
Busca dos prazeres da vida;
   
Carpe Diem;
   
Associação da figura feminina à natureza;
   
Sensualidade

Poema Lírico de Gregório de Matos

Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda a ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.
O não aguardes, que a madura idade,
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, e nada.

Poesia Satírica

Crítico implacável da vida social;
   
Linguagem agressiva:
   
Crítica ao Brasil colônia;
   
Ridicularização das autoridades e instituições;
   
Quebra de conceitos e tabus.

Poema Satírico de Gregório de Matos

Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha.
Por mais que a fama a exalta.
Numa cidade onde falta.
Verdade, vergonha, honra.

Poesia Religiosa

Brevidade da vida;
Sentimento de culpa e pecado;
Busca do perdão;
Inutilidade dos bens materiais;
Deus é a fortaleza/ o homem é a fragilidade.



Poema Religioso de Gregório de Matos

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da Vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado...

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