Gregório de Matos
Um dos maiores poetas do período Barroco é considerado um dos
precursores da Literatura brasileira.
Ganhou o apelido de "boca do inferno", por seu senso crítico,
feroz em torno de todo o sistema da monarquia, dos governantes e inclusive a
igreja católica.
Nasceu na Bahia e foi contemporâneo de Padre Antônio Vieira, foi
influenciado pela estética de Gôngora e Quevedo dois poetas espanhóis.
Sua obra divide-se em poesia sacra-lírica-amorosa, poesia lírica, poesia
burlesca. Oscila entre o sublime e o grotesco com a combinação do gongorismo e
o conceptismo.
Cultismo ou
Gongorismo
► Linguagem rebuscada, culta,
extravagante;
► Valorização dos jogos de palavras;
► Influência do poeta espanhol Luís de Gôngora;
► Valorização de "como dizer";
► Estilo mais predominante na poesia;
► Valorização da forma;
► Presença de figuras de linguagem.
Conceptismo
► Marcado pelo jogo de ideias, conceitos,
seguindo um raciocínio lógico;
► Presença de analogias, parábolas;
► Influência do poeta espanhol Quevedo
(comparações, metáforas, hipérboles e analogias);
► Estilo mais predominante na prosa;
► Valorização do conteúdo, lógica das ideias;
► Estilo conciso e ordenado.
Poesia Lírica
► Idealização do amor;
► Busca dos prazeres da vida;
► Carpe Diem;
► Associação da figura feminina à natureza;
► Sensualidade
Poema Lírico de
Gregório de Matos
Goza, goza da flor da mocidade,
Que o tempo trata a toda a ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.
O não aguardes, que a madura idade,
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, e nada.
Poesia Satírica
► Crítico implacável da vida social;
► Linguagem agressiva:
► Crítica ao Brasil colônia;
► Ridicularização das autoridades e instituições;
► Quebra de conceitos e tabus.
Poema Satírico de
Gregório de Matos
Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha.
Por mais que a fama a exalta.
Numa cidade onde falta.
Verdade, vergonha, honra.
Poesia Religiosa
Brevidade da vida;
Sentimento de culpa e pecado;
Busca do perdão;
Inutilidade dos bens materiais;
Deus é a fortaleza/ o homem é a fragilidade.
Poema Religioso de
Gregório de Matos
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da Vossa piedade me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado...
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