Por Fabíola
Simões
Embora seja uma bênção estar no topo da montanha, só
iremos reconhecer isso quando já tivermos conhecido o fundo do poço. Pois é no
fundo do poço que desenvolvemos a criatividade, aprendemos a dizer o famoso
“fod#-se” para um milhão de coisas, desistimos de querer estar sempre certos,
nos tornamos nossos melhores amigos, descobrimos quem realmente está ao nosso
lado, adquirimos força e resiliência, começamos a valorizar momentos, toleramos
as imperfeições das coisas e das pessoas, paramos de carregar os pequenos
probleminhas numa mala e aceitamos aquilo que não podemos mudar.
No domingo dia 24 de Fevereiro, Lady Gaga ganhou o Oscar de melhor canção original
com “Shallow”, do filme “Nasce uma estrela”, em que interpreta a
protagonista Ally, uma garçonete que é alçada à fama por um cantor decadente
interpretado por Bradley Cooper. Além de atuar, Gaga cantou e compôs parte da
trilha sonora.
Durante seu discurso, a artista emocionou a milhares de fãs dizendo: “Não é sobre ganhar, é sobre não desistir. Não é sobre
quantas vezes você foi rejeitado, caiu e teve que levantar. É quantas vezes
você fica em pé, levanta a cabeça e segue em frente”.
Foi um discurso definitivo e certeiro, como tudo o que é dito com a
certeza daqueles que não se identificam com o papel de vítimas, e sim com a
resiliência de uma pessoa forte, moldada com os golpes da vida.
Passamos boa parte da vida buscando a felicidade, e imaginamos que a
encontraremos num lugar livre de conflitos e dor. Porém, não é assim. A
felicidade não resulta da ausência de conflitos, e sim da capacidade de lidar
com eles. Não vem da falta de dor, e sim da capacidade de não valorizar a dor
como o centro das atenções. Não da escassez de problemas, inquietações e
inadequações, e sim da capacidade adquirida de não se deixar abater por eles.
Não da ausência de limites, e sim da coragem de ser quem você é, ousando
assumir o que deseja independente do que os outros vão dizer. Não da aposta dos
outros em você, e sim da sua confiança em si mesmo.
Para ser feliz, é preciso ser forte. E a vida lapida-nos. De um jeito
torto, difícil, repleto de perguntas e nenhuma resposta, você será desafiado a
desistir um milhão de vezes; mas se você resiste, se você levanta a cabeça e
segue em frente… ah… a vida recompensa. E aí então, num dia qualquer, você
acorda e percebe que já não é mais o mesmo. Que está feliz não pela ausência de
contrariedades, e sim porque se tornou mais forte e aprendeu a lidar com as
adversidades.
Gosto muito do pensamento que diz: “O fundo
do poço te ensina lições que o topo da montanha jamais conseguiria”. Embora seja uma bênção estar no topo da
montanha, só iremos reconhecer isso quando já tivermos conhecido o fundo do
poço. Pois é no fundo do poço que desenvolvemos a criatividade, aprendemos a
dizer o famoso “fod#-se” para um milhão de coisas, desistimos de querer estar
sempre certos, nos tornamos nossos melhores amigos, descobrimos quem realmente
está ao nosso lado, adquirimos força e resiliência, começamos a valorizar
momentos, toleramos as imperfeições das coisas e das pessoas, paramos de
carregar os pequenos probleminhas numa mala e aceitamos aquilo que não podemos
mudar.
Quem entra em briga e discussões por qualquer coisa, sente-se perseguido
por bobagens, neurotiza relações e maximiza pequenas picuinhas do dia a dia
jamais se sentirá feliz por completo. Pare de problematizar, de buscar motivos
que justifiquem sua inércia, de se achar vítima do mundo. O maior responsável
por sua felicidade e bem estar é você mesmo. É clichê? Sim. Mas também é real.
Sacode a poeira e dê a volta por cima!
Nenhum comentário:
Postar um comentário