Por Vanelli
Doratioto
Mulheres artistas são fantásticas, pois expressam com maestria, através
da arte, todo o furor que há no âmago feminino, não privam suas vidas de
grandes emoções e vivem intensamente.
Nessa lista vocês encontrarão 14 ótimos filmes biográficos de grandes
mulheres que mudaram o mundo das artes através da pintura, escultura e fotografia.
A vida de cada uma dessas artistas foi em grande parte movida por
paixões e tragédias e inegavelmente, fala de pessoas que não se contentaram com
uma existência comedida.
1. Frida,
Natureza Viva – 1986
Nesse filme em seu leito de morte, a pintora Frida Kahlo (Ofelia Medina)
relembra sua vida. O filme expõe de forma aleatória e não-cronológica, uma
série de passagens da vida da artista, relacionadas aos seus casos amorosos, à
militância política, à infância com o pai Guillermo e, claro, a sua produção
artística. Em suma, o filme nos proporciona a sensação de entrarmos na mente de
Frida Kahlo para captar, a partir de suas memórias, os seus sofrimentos,
anseios e paixões.
2. Camille
Claudel – 1989
Camille Claudel (Isabelle Adjani) é uma jovem escultora que entra em
conflito com sua família ao tornar-se aprendiz, e mais tarde, assistente do
famoso escultor Auguste Rodin (Gérard Depardieu). Quando ela e o escultor viram
amantes, Camille passa a ser mal vista pela sociedade francesa da época. Apenas
após viver quinze anos de um relacionamento conturbado, ela põe fim na relação
com Rodin, para cair então em uma profunda depressão. Diante das
circunstâncias, seu irmão mais novo acaba internando-a em um hospital
psiquiátrico. Baseado na biografia escrita por Raine-Marie, sobrinha-neta de
Camille, esse filme foi o responsável pelo “renascimento” das obras da
escultora.
3. Carrington –
Dias de Paixão – 1995
Em 1915, na Inglaterra, começa a nascer o amor entre Dora Carrington
(Emma Thompson), uma pintora conceituada, por Lytton Strachey (Jonathan Pryce),
e um escritor assumidamente gay e 15 anos mais velho. Uma das melhores
cinebiografias já feitas, esse é um grande filme. Ao contar a história não de
um, mas de dois artistas, na Inglaterra vitoriana, o diretor e roteirista
britânico Christopher Hampton conseguiu fazer uma sofisticada obra que discute
amor, arte, paixão e solidão, mas em especial a atração, não apenas sexual, mas
física, intelectual e afetiva entre duas pessoas. Nem Dora Carrington nem
Strachey foram famosos em sua época, contudo a delicadeza de Hampton os tirou
do anonimato através de uma história muito bem contada. Um filme provocante e
com atuações maravilhosas.
4. Artemisia –
1997
Artemisia Gentileschi (1593-1653) foi uma das primeiras pintoras
conhecidas. O filme conta a história de sua juventude, enquanto ela era guiada
e protegida por seu pai, o pintor Orazio Gentileschi. Sua curiosidade
profissional sobre a anatomia masculina, proibida para seus olhos, levam-na ao
conhecimento do prazer sexual. Mas ela também foi bem conhecida porque, em
1612, ela teve que se apresentar à corte, devido à suspeita de estupro cometida
por Agostino Tassi, seu professor.
5. Frida – 2002
Frida Kahlo (Salma Hayek) foi um dos principais nomes da história
artística do México. Conceituada e aclamada como pintora, ele teve um agitado
casamento aberto com Diego Rivera (Alfred Molina), seu companheiro também nas
artes, e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky (Geoffrey Rush).
Esse filme biográfico, baseado no livro de Hayden Herrera, conta a vida de
Kahlo desde a sua adolescência até o ano de sua morte. Com uma ótima atuação de
Salma Hayek, o filme mostra também o momento em que a pintora foi acometida por
um trágico acidente; suas viagens pelo mundo; seu amor natural pelos animais;
seus momentos boêmios; suas opções políticas e sua relação com Trotsky.
Película obrigatória para os amantes da arte.
6. A pele – 2006
Diane Arbus (Nicole Kidman) é considerada por muitos como uma das
melhores fotógrafas do século XX. Ao longo de sua carreira Diane voltou sua
atenção para o bizarro, o inusitado e o diferente em suas fotos e esse filme
pode ser considerado como uma espécie de biografia da fotógrafa. No filme Diane
sente-se atraída por Lionel Sweeney (Robert Downey Jr.), um portador de
tricotomia, disfunção caracterizada pelo excesso de pelos e o enredo gira
entorno dessa atração dela por ele e por tudo que é inusitado. Nesse filme o
diretor inventa personagens e situações que vão além da realidade para
expressar a provável visão interior de Diane. Contando com atuações corajosas
de Nicole e Robert, o filme, baseado no livro de Patricia Bosworth, tem ótima
fotografia e figurino e exige boa vontade do expectador.
7. Momentos
Eternos de Maria Larssons – 2008
Esse filme biográfico acontece na Suécia do início do século 20, numa
era de mudança social e pobreza, onde a jovem operária Maria Larssons ganha uma
câmera fotográfica na loteria. A lente da câmera permite que Maria veja um
mundo diferente, sob uma nova perspectiva. É como se ela tivesse ganhado novos
olhos. Mas o objeto também se torna uma verdadeira ameaça para ela, uma vez que
o marido alcoólatra e abusivo se sente enciumado. Tudo fica ainda mais complicado
quando ele descobre que um jovem e atraente fotógrafo chamado Pedersen está se
aproximando de sua esposa. Um filme lindo, cuja história cativante é muito bem
retratada pelo diretor Jan Troell. Com fotografia belíssima, o filme conquista
e envolve, nos fazendo chorar e vibrar ao lado da protagonista.
8. Séraphine –
2008
Cinebiografia de Séraphine Louis (1864-1942) – também conhecida como
Séraphine de Senlis, que foi descoberta pelo marchand e crítico de arte Wilhelm
Uhde. Colecionador dos quadros de cubistas como Picasso e Braque, Uhde
refugia-se, em um momento de crise, em uma casa de campo, onde Séraphine
trabalha fazendo faxina e por acaso vem a conhecer uma pintura que ela havia
feito e deixado com sua patroa. Considerada louca em seu vilarejo por ser dona
de uma personalidade por vezes servil e por vezes absolutamente indomável,
Séraphine passou a ser reconhecida como uma das expoentes francesas do grupo de
artistas “primitivos modernos”. A história de Séraphine é comovente e
apaixonante e traça uma linha tênue entre a genialidade e a loucura. Belo filme
com atuação, fotografia e trilha sonora impecáveis.
9. Vida e obra
de Georgia O’Keeffe – 2010
Uma das pintoras mais importantes da história da arte americana, Georgia
Totto O’Keeffe (Joan Allen) pintou flores e paisagens como ninguém e conheceu o
amor e a fama com fotógrafo Alfred Stieglitz (Jeremy Irons), com quem manteve
um intenso relacionamento amoroso e profissional. Um filme imperdível, um drama
cativante tanto para os fãs do trabalho da artista quanto para quem ainda não a
conhece.
10. Violeta foi
para o Céu – 2012
Intratável, terna, boêmia, áspera, contundente, frágil e indomável.
Violeta Parra foi uma das artistas mais emblemáticas do Chile – e ainda assim,
profundamente ignorada por décadas. Andrés Wood realizou um trabalho muito
bonito ao trazer para as telas, a partir do livro escrito pelo filho de
Violeta, Ángel Parra, a vida, a obra, a memória, os amores e as esperanças
dessa cantora, compositora, poeta e pintora que é um dos maiores ícones da arte
popular latino-americana. Um filme muito bem dirigido e cheio de intensidade.
11. Marie Krøyer
– 2012
A pintora Marie Kroyer vive um casamento infeliz com o famoso pintor
dinamarquês P.S. Kroyer, no final do século XIX. Ele divide-se entre as funções
de artista, mãe e esposa, e ainda é obrigada a conviver com uma doença mental
do marido. Com o tempo, ela se sente cada vez mais sozinha e angustiada.
Decide, então, fugir da rotina e sair de férias. Nesse período, conhece o
compositor sueco Hugo Alfvén, por quem se apaixona loucamente. Um filme lindo,
dirigido com maestria, que certamente levará muitos expectadores às lágrimas.
12. Grandes
Olhos – 2014
No final dos anos 1950, Walter Keane (Christoph Waltz) fez muito sucesso
revolucionando a comercialização de arte popular com suas pinturas enigmáticas
de crianças com grandes olhos tristes. O filme retrata a verdade chocante por
trás disso: as pinturas vendidas por Walter não eram dele, mas de sua mulher,
Margaret (Amy Adams). O filme é centrado no despertar de Margaret como artista,
no sucesso fenomenal de suas pinturas e em sua relação tumultuada com o marido,
Walter, que a obrigou a pintar de forma exaustiva por anos sem que ninguém
soubesse disso. Uma ótima cinebiografia dirigida por Tim Burton com Lana del Rey
na trilha sonora. Vale a pena!
13. Camille
Claudel, 1915 – 2013
Inverno, 1915. Contra a sua vontade, a escultora Camille Claudel
(Juliette Binoche) é internada pelos familiares em um asilo psiquiátrico
mantido por religiosas, e permanece durante anos na instituição, sem poder
sair. Ela afirma várias vezes que está perfeitamente sã, mas desenvolve uma
mania de perseguição, acreditando que Auguste Rodin conspira contra ela, e que
todos no asilo tentam envenená-la. Camille passa os dias cercada por internos com
deficiências mentais e surtos psicóticos graves, não tendo ninguém com quem
conversar. Sua única esperança é uma carta enviada clandestinamente ao irmão
Paul (Jean-Luc Vincent), implorando por sua liberação. Esse é um filme bastante
denso que tem como intuito retratar a vida da escultora quando internada, sem
fazer menção ao período anterior da vida de Camille. Um enredo desafiador que
exige bastante paciência do espectador.
14. A Garota
Dinamarquesa – 2015
Esse é um filme baseado no livro homônimo de David Ebershoff e mostra a
história biográfica de Lili Elbe (Eddie Redmayne), que nasceu Einar Mogens
Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de
gênero. Em foco no filme está o relacionamento amoroso de Lili com a pintora,
desenhista e ilustradora dinamarquesa Gerda Wegener (Alicia Vikander), assim
como sua descoberta como mulher. Um filme interessante, bastante comentado e
com direção sólida, sem grandes sobressaltos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário