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sábado, 2 de março de 2019

A história da arte contada por elas: 14 filmes femininos e biográficos


Por Vanelli Doratioto

Mulheres artistas são fantásticas, pois expressam com maestria, através da arte, todo o furor que há no âmago feminino, não privam suas vidas de grandes emoções e vivem intensamente.

Nessa lista vocês encontrarão 14 ótimos filmes biográficos de grandes mulheres que mudaram o mundo das artes através da pintura, escultura e fotografia.

A vida de cada uma dessas artistas foi em grande parte movida por paixões e tragédias e inegavelmente, fala de pessoas que não se contentaram com uma existência comedida.

1. Frida, Natureza Viva – 1986


Nesse filme em seu leito de morte, a pintora Frida Kahlo (Ofelia Medina) relembra sua vida. O filme expõe de forma aleatória e não-cronológica, uma série de passagens da vida da artista, relacionadas aos seus casos amorosos, à militância política, à infância com o pai Guillermo e, claro, a sua produção artística. Em suma, o filme nos proporciona a sensação de entrarmos na mente de Frida Kahlo para captar, a partir de suas memórias, os seus sofrimentos, anseios e paixões.

2. Camille Claudel – 1989


Camille Claudel (Isabelle Adjani) é uma jovem escultora que entra em conflito com sua família ao tornar-se aprendiz, e mais tarde, assistente do famoso escultor Auguste Rodin (Gérard Depardieu). Quando ela e o escultor viram amantes, Camille passa a ser mal vista pela sociedade francesa da época. Apenas após viver quinze anos de um relacionamento conturbado, ela põe fim na relação com Rodin, para cair então em uma profunda depressão. Diante das circunstâncias, seu irmão mais novo acaba internando-a em um hospital psiquiátrico. Baseado na biografia escrita por Raine-Marie, sobrinha-neta de Camille, esse filme foi o responsável pelo “renascimento” das obras da escultora.

3. Carrington – Dias de Paixão – 1995


Em 1915, na Inglaterra, começa a nascer o amor entre Dora Carrington (Emma Thompson), uma pintora conceituada, por Lytton Strachey (Jonathan Pryce), e um escritor assumidamente gay e 15 anos mais velho. Uma das melhores cinebiografias já feitas, esse é um grande filme. Ao contar a história não de um, mas de dois artistas, na Inglaterra vitoriana, o diretor e roteirista britânico Christopher Hampton conseguiu fazer uma sofisticada obra que discute amor, arte, paixão e solidão, mas em especial a atração, não apenas sexual, mas física, intelectual e afetiva entre duas pessoas. Nem Dora Carrington nem Strachey foram famosos em sua época, contudo a delicadeza de Hampton os tirou do anonimato através de uma história muito bem contada. Um filme provocante e com atuações maravilhosas.

4. Artemisia – 1997


Artemisia Gentileschi (1593-1653) foi uma das primeiras pintoras conhecidas. O filme conta a história de sua juventude, enquanto ela era guiada e protegida por seu pai, o pintor Orazio Gentileschi. Sua curiosidade profissional sobre a anatomia masculina, proibida para seus olhos, levam-na ao conhecimento do prazer sexual. Mas ela também foi bem conhecida porque, em 1612, ela teve que se apresentar à corte, devido à suspeita de estupro cometida por Agostino Tassi, seu professor.

5. Frida – 2002


Frida Kahlo (Salma Hayek) foi um dos principais nomes da história artística do México. Conceituada e aclamada como pintora, ele teve um agitado casamento aberto com Diego Rivera (Alfred Molina), seu companheiro também nas artes, e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky (Geoffrey Rush). Esse filme biográfico, baseado no livro de Hayden Herrera, conta a vida de Kahlo desde a sua adolescência até o ano de sua morte. Com uma ótima atuação de Salma Hayek, o filme mostra também o momento em que a pintora foi acometida por um trágico acidente; suas viagens pelo mundo; seu amor natural pelos animais; seus momentos boêmios; suas opções políticas e sua relação com Trotsky. Película obrigatória para os amantes da arte.

6. A pele – 2006


Diane Arbus (Nicole Kidman) é considerada por muitos como uma das melhores fotógrafas do século XX. Ao longo de sua carreira Diane voltou sua atenção para o bizarro, o inusitado e o diferente em suas fotos e esse filme pode ser considerado como uma espécie de biografia da fotógrafa. No filme Diane sente-se atraída por Lionel Sweeney (Robert Downey Jr.), um portador de tricotomia, disfunção caracterizada pelo excesso de pelos e o enredo gira entorno dessa atração dela por ele e por tudo que é inusitado. Nesse filme o diretor inventa personagens e situações que vão além da realidade para expressar a provável visão interior de Diane. Contando com atuações corajosas de Nicole e Robert, o filme, baseado no livro de Patricia Bosworth, tem ótima fotografia e figurino e exige boa vontade do expectador.

7. Momentos Eternos de Maria Larssons – 2008


Esse filme biográfico acontece na Suécia do início do século 20, numa era de mudança social e pobreza, onde a jovem operária Maria Larssons ganha uma câmera fotográfica na loteria. A lente da câmera permite que Maria veja um mundo diferente, sob uma nova perspectiva. É como se ela tivesse ganhado novos olhos. Mas o objeto também se torna uma verdadeira ameaça para ela, uma vez que o marido alcoólatra e abusivo se sente enciumado. Tudo fica ainda mais complicado quando ele descobre que um jovem e atraente fotógrafo chamado Pedersen está se aproximando de sua esposa. Um filme lindo, cuja história cativante é muito bem retratada pelo diretor Jan Troell. Com fotografia belíssima, o filme conquista e envolve, nos fazendo chorar e vibrar ao lado da protagonista.

8. Séraphine – 2008


Cinebiografia de Séraphine Louis (1864-1942) – também conhecida como Séraphine de Senlis, que foi descoberta pelo marchand e crítico de arte Wilhelm Uhde. Colecionador dos quadros de cubistas como Picasso e Braque, Uhde refugia-se, em um momento de crise, em uma casa de campo, onde Séraphine trabalha fazendo faxina e por acaso vem a conhecer uma pintura que ela havia feito e deixado com sua patroa. Considerada louca em seu vilarejo por ser dona de uma personalidade por vezes servil e por vezes absolutamente indomável, Séraphine passou a ser reconhecida como uma das expoentes francesas do grupo de artistas “primitivos modernos”. A história de Séraphine é comovente e apaixonante e traça uma linha tênue entre a genialidade e a loucura. Belo filme com atuação, fotografia e trilha sonora impecáveis.

9. Vida e obra de Georgia O’Keeffe – 2010


Uma das pintoras mais importantes da história da arte americana, Georgia Totto O’Keeffe (Joan Allen) pintou flores e paisagens como ninguém e conheceu o amor e a fama com fotógrafo Alfred Stieglitz (Jeremy Irons), com quem manteve um intenso relacionamento amoroso e profissional. Um filme imperdível, um drama cativante tanto para os fãs do trabalho da artista quanto para quem ainda não a conhece.

10. Violeta foi para o Céu – 2012


Intratável, terna, boêmia, áspera, contundente, frágil e indomável. Violeta Parra foi uma das artistas mais emblemáticas do Chile – e ainda assim, profundamente ignorada por décadas. Andrés Wood realizou um trabalho muito bonito ao trazer para as telas, a partir do livro escrito pelo filho de Violeta, Ángel Parra, a vida, a obra, a memória, os amores e as esperanças dessa cantora, compositora, poeta e pintora que é um dos maiores ícones da arte popular latino-americana. Um filme muito bem dirigido e cheio de intensidade.

11. Marie Krøyer – 2012


A pintora Marie Kroyer vive um casamento infeliz com o famoso pintor dinamarquês P.S. Kroyer, no final do século XIX. Ele divide-se entre as funções de artista, mãe e esposa, e ainda é obrigada a conviver com uma doença mental do marido. Com o tempo, ela se sente cada vez mais sozinha e angustiada. Decide, então, fugir da rotina e sair de férias. Nesse período, conhece o compositor sueco Hugo Alfvén, por quem se apaixona loucamente. Um filme lindo, dirigido com maestria, que certamente levará muitos expectadores às lágrimas.

12. Grandes Olhos – 2014


No final dos anos 1950, Walter Keane (Christoph Waltz) fez muito sucesso revolucionando a comercialização de arte popular com suas pinturas enigmáticas de crianças com grandes olhos tristes. O filme retrata a verdade chocante por trás disso: as pinturas vendidas por Walter não eram dele, mas de sua mulher, Margaret (Amy Adams). O filme é centrado no despertar de Margaret como artista, no sucesso fenomenal de suas pinturas e em sua relação tumultuada com o marido, Walter, que a obrigou a pintar de forma exaustiva por anos sem que ninguém soubesse disso. Uma ótima cinebiografia dirigida por Tim Burton com Lana del Rey na trilha sonora. Vale a pena!

13. Camille Claudel, 1915 – 2013


Inverno, 1915. Contra a sua vontade, a escultora Camille Claudel (Juliette Binoche) é internada pelos familiares em um asilo psiquiátrico mantido por religiosas, e permanece durante anos na instituição, sem poder sair. Ela afirma várias vezes que está perfeitamente sã, mas desenvolve uma mania de perseguição, acreditando que Auguste Rodin conspira contra ela, e que todos no asilo tentam envenená-la. Camille passa os dias cercada por internos com deficiências mentais e surtos psicóticos graves, não tendo ninguém com quem conversar. Sua única esperança é uma carta enviada clandestinamente ao irmão Paul (Jean-Luc Vincent), implorando por sua liberação. Esse é um filme bastante denso que tem como intuito retratar a vida da escultora quando internada, sem fazer menção ao período anterior da vida de Camille. Um enredo desafiador que exige bastante paciência do espectador.

14. A Garota Dinamarquesa – 2015


Esse é um filme baseado no livro homônimo de David Ebershoff e mostra a história biográfica de Lili Elbe (Eddie Redmayne), que nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. Em foco no filme está o relacionamento amoroso de Lili com a pintora, desenhista e ilustradora dinamarquesa Gerda Wegener (Alicia Vikander), assim como sua descoberta como mulher. Um filme interessante, bastante comentado e com direção sólida, sem grandes sobressaltos.

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