Mantenha
a proporção da letra e dos parágrafos ao longo do texto. Não comece com a
letra grande e depois diminua. Mostre que seu texto foi bem planejamento e que
você não se viu, de repente, sem espaço para concluir. Palavras muito distantes
umas das outras também passam uma noção de que você só quer ocupar espaço, mas
sem muitas ideias relevantes para abordar. Além disso, é interessante dividir o
número de linhas disponíveis para o número de parágrafos que você irá
apresentar, de forma que eles tenham mais ou menos o mesmo tamanho.
Utilize
as 30 linhas. Aperfeiçoar todo o espaço disponível é importante e mostra que você
soube aproveitá-lo bem para desenvolver o raciocínio sobre o tema. Mas
lembre-se: não ultrapasse as 30 linhas, pois o que for escrito fora do espaço
não será considerado pelo corretor.
Evite
colocar título. Como o título é opcional, muitos professores aconselham a não
colocá-lo. Imagine correr o risco de perder pontos por ser pouco criativo ou
conter um erro de norma culta, sendo que ele nem precisava estar ali? Uma linha
a mais para o desenvolvimento pode ser, inclusive, muito mais útil para elevar
sua nota. Mas, se quiser colocar, não se esqueça de escolher um que seja
coerente com sua argumentação e não salte uma linha depois do título.
Não
inicie o texto como se estivesse respondendo uma pergunta. Pense da seguinte
forma: se o leitor não soubesse o tema da redação que você escreveu, ele
deveria descobrir do que se trata por meio da sua introdução. Portanto, aborde
de forma clara e objetiva o tema na íntegra em sua introdução, já indicando o
posicionamento crítico que será desenvolvido ao longo do texto (tese).
Evite
começar o texto com expressões como: “hoje em dia”, “nos dias de
hoje”, “atualmente”, “diariamente”, “a cada dia que passa”. Elas são
consideradas comuns, “clichês”.
Parágrafos
de desenvolvimento devem ter um início, meio e fim. Cada parágrafo tem sua função
específica e, por isso, é preciso pensá-los também de forma independente, até
que, por fim, formem o texto. Ao selecionar um argumento para o
desenvolvimento, apresente-o de forma a conter início, meio e fim. Ou seja, seu
argumento deve ser introduzido (tópico frasal), desenvolvido e concluído dentro
do parágrafo (retomando a resposta ao tema).
Não
faça o desenvolvimento em apenas um parágrafo. O ideal é que seu texto
tenha, no mínimo, quatro parágrafos. Introdução, dois ou três de
desenvolvimento, conclusão.
Você
pode falar pontos positivos e negativos sobre um mesmo tema. O que não pode é ficar “em cima do muro”. É
importante enfatizar, ao longo da redação, seu ponto de vista sobre o assunto.
Pense que, apesar de algo ser muito bom, sempre pode ser aprimorado. Seja
crítico e saiba problematizar.
Selecione
as ideias que você sabe desenvolver melhor… e descarte as que você só
sabe “mais ou menos”. É melhor apresentar dois argumentos bem desenvolvidos, do
que quatro pouco fundamentados. Portanto, atente-se à relevância das ideias que
você tem e seja objetivo. A regra vale também para a hora de exemplificar.
Não
dê propostas de intervenção no meio do desenvolvimento. O parágrafo final
é destinado à proposta de intervenção dos problemas que você apresentou no
texto. Portanto, só depois de problematizar e fundamentar bem a questão é que
virá a indicação de uma possível forma de resolvê-los. Mesmo os temas cujo
comando demanda uma proposta, fale sobre como ele acontece, as causas e
consequências, pois é a partir da problematização que você fará sugestões para
solucionar.
Não
faça parágrafo frasal. Parágrafo frasal é aquele composto por apenas um
período. Não é adequado, pois indica pouca capacidade de estabelecer coesão,
por meio dos conectivos, além de tornar a leitura confusa e cansativa. Faça
períodos curtos e estude boas formas de retomar o pensamento por meio de
articuladores da língua.
Divida
as responsabilidades na proposta. Não responsabilize única e exclusivamente o
governo pela solução de todos os problemas. Atribua responsabilidades sociais,
como parcerias entre escola e família, mídia e ONGs, governo e sociedade, entre
outros. Sinta-se livre para sugerir, também, o aprimoramento de algo que já
está em vigor, por exemplo, ampliação de leis.
Seja
impessoal, use a 3ª pessoa do discurso. Apesar de o ENEM permitir o
uso da 1ª pessoa do plural, o discurso tende a ser muito pessoal, fazendo com
que você corra o risco de ser sentimental e até mesmo mudar o gênero,
produzindo, por exemplo, um artigo de opinião – erro gravíssimo, que leva à nota
zero por não adequação ao gênero dissertativo-argumentativo.
Saiba
rasurar. A rasura na redação não é proibida, porém deve ser evitada ao máximo.
Quando ocorrer o erro, faça a correção de forma “limpa”, sem borrões ou
rabiscos exagerados. O ideal é colocar um traço único em cima da palavra e,
opcionalmente, entre parênteses. Ex.: A população acaba ficando sendo
prejudicada pela falta de posicionamento governamental.
Nunca
converse diretamente com o leitor. O uso da 2ª pessoa do discurso não é admitido
no gênero dissertativo-argumentativo. Observe: “Em situações como esta, você
percebe a importância do engajamento social”. Substitua “você” por “o
indivíduo”.
Escreva
do início ao fim da linha. Esta é uma dica importante, tanto para contribuir
para a organização do seu texto, quanto para otimizar espaço.
Não
repita palavras ao longo do texto e varie bastante as conjunções. Demonstre um
repertório vocabular diversificado, faça substituições e adequações quando
necessário.
Seja
simples. Usar palavras muito rebuscadas no texto todo pode soar pedante, além de
você correr o risco de usar termos muito arcaicos e de forma equivocada.
Cuidado
com o sentimentalismo. É comum usarmos “infelizmente”, “lamentavelmente”,
“indubitavelmente”, dentre outras expressões que denotam juízo de valor. Elas
são muito pessoais (o que é lamentável para você, pode não ser para o outro) e
pouco adequadas ao gênero.
Sempre
especifique as siglas. Toda vez que uma sigla nova aparecer no seu texto,
ela deve ser especificada entre parênteses.
Evite
o uso da palavra “através”, pois, em seu sentido literal, significa “atravessar”,
“passar de um lado para o outro”. Substitua por expressões equivalentes, como
“por meio de” ou “por intermédio”.
Não
use expressões subjetivas. Observe a seguinte frase: “A falta de escolaridade e
as precárias condições de vida são algumas das causas que levam o indivíduo a
entrar para o mundo do crime.” A expressão “mundo do crime”, tão comum na
oralidade, é extremamente subjetiva. Não existe, de fato, um mundo inteiramente
voltado para a criminalidade, é uma força de expressão, assim como “navegar na
internet” ou “o tempo voa”. Substitua por expressões concretas: “uma realidade
que envolve a prática criminosa”, “utilizar o recurso digital”, “o tempo pouco
otimizado”.
Saiba
usar as conjunções. Elas são importantes para articular as partes do
texto e devem estar presentes em todos os parágrafos. Mas é preciso atenção:
não confunda, por exemplo, “mas” (conjunção adversativa) e “mais” (advérbio que
indica maior quantidade, intensidade, excesso). Estude a função das conjunções
antes de usá-las e evite erros.
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