A estória na estória, um filme dentro de um filme, contados em três
décadas: anos 60/70 e 80. Denúncia, pedofilia, homossexualismo, erotismo, cor,
abandono, liberdade, conformismo, engano, ambição, amor, traição e muito mais.
Confuso? Não. Realidade de uma Espanha camuflada atrás do véu sacro da igreja
católica e de uma sociedade hipócrita que marginaliza e abandona seus filhos.
Eu diria que é mais que isso, que vai outra a bela Espanha de Almódovar. É um problema de todos nós, filhos dessa
terra.
O filme sofre várias mutações. Homens que se tornam mulheres,
personagens que duplicam identidade, restando amantes dos antigos amantes pra
vingar-se deles, se matam, se amam. Homens sem escrúpulos, escravos dos seus
desejos.
Com esse filme, Almodóvar corajosamente reafirma e firma o seu repúdio contra o
silêncio dos que se consideram alheios as violências sofridas por inocentes.
Violências essas que transformam e penalizam.
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