"Sociedade dos Poetas
Mortos" é um filme imperdível para quem ama a educação, para quem alimenta
ideais de reformular, para quem tem um profundo respeito e preocupação com essa
juventude com que trabalhamos. Discutir esses temas todos, reformular as nossas
práticas, alimentar nossos sonhos, rever posturas e condutas e, principalmente,
olhar para nós mesmos e para nossos alunos em busca daquilo que nos faça sentir
orgulho do que fizemos em nossas vidas, vale o ingresso. O filme “Sociedade dos
poetas mortos” possui um ritmo lento, porém tem fascinado os professores por
tratar de assuntos relacionados ao contexto escolar e familiar, que dizem
respeito ao dia a dia da educação.
Análise do filme
O filme “Sociedade dos Poetas Mortos,
mostra claramente o papel de aparelho ideológico que a escola assume”.
Naquela escola considerada o “padrão” da
época, ordem , disciplina, eram usados no sentido de coibi a expressão e a
valorização do pensamento livre. O diretor no início do filme deixa claro para
os novos alunos que eles estão tendo uma oportunidade ímpar, pois estudar
naquela instituição era privilégio de poucos. Segurando a vela o diretor diz
aos alunos: “esta é a luz do saber”, como se até aquele momento eles nada
soubessem.
O tipo de escola mostrada no filme era a de
uma instituição tradicional, com metodologia tradicional arcaica, esfacela, com
professores tradicionais, desatualizados, incompreensíveis, acomodados, enfim,
tartarugas. Mas como toda regra tem uma exceção , chega na escola o professor
Keating¸ que usando de criatividade determinação, competência, honestidade e
valorização da experiências anteriores a escola, começa a instigar os alunos da
escola para que percebam – se sujeitos de sua aprendizagem e não apenas objeto.
A metodologia utilizada por Keating foi muito questionada pelos outros
professores. Após Keating haver terminado a sua aula na pátio da escola, um dos
professores o elogiou dizendo que a aula havia sido muito boa, no entanto, ele
teria problemas mais a frente, uma vez que estava ensinando aos alunos coisas
que poderia fazer com eles se revoltassem contra o próprio professor. Mas
mostrando serenidade, humilde e sabendo de suas limitações, Keating responde
que não deseja formar artistas, mas livres pensadores.
A metodologia adotada pelo professor
Keating desagradava profundamente a direção da escola que buscava um forma para
punir o professor inovador.
O que chama muito a atenção é que mesmo
existindo tantas formas de linguagem, tantos signos e código linguísticos, é na
arte que ele busca a sua inspiração para lecionar e refletir sobre o mundo.
Os diversos poemas apresentados e as várias
formas de interpretação que Keating os dava, fazia com que os textos tivesse
vida o que facilitava o processo ensino aprendizagem. Tal metodologia fazia das
aulas dinâmica, participativa.
O filme é recheado de sensibilidade. Vemos
claramente no filme a luta de Neil que deseja ser ator e foi tolhido pela
família o que o faz tirar a própria vida, pois, até aquele momento, segundo o
que deixará escrito: “não havia aprendido a viver”.
Percebemos na atitude de Neil como os nossos alunos e nós mesmos nos sentimos quando somos privados de fazermos aquilo que realmente gostamos de fazer. Muitas vezes, diferente de Neil, não tomamos uma decisão trágica de forma imediata, mas, passamos a vida toda tentando compensar as nossas angustias e decepções. Vimos também no filme a importância da arte na vida das pessoas. Através dela Keating, conseguir despertar a sensibilidade que repousava dentro de cada um. Fez – os perceber que não somos apenas razão, mas também sentimentos e que a vida precisa ser vivida intensamente, aproveitando um dia de cada vez (Carpem Diem).
Através da arte, Keating os fez expressar –
ri , porque o riso faz bem a saúde e a própria vida. Os fez perceber que todos
nós somos capazes de dá grandes contribuições para a humanidade, pois cada um
de nós é importante.
Os alunos de Keating ao tomarem
conhecimento da história e dos mistérios que envolviam a Sociedade dos poetas
mortos, desejaram conhecer um pouco mais sobre o assunto. Aprenderam vivendo
profundamente “a essência da vida” que palavras e ideia podem mudar o mundo. E
é exatamente o que nós esquecemos muitas vezes. Que as nossas palavras tem
poder e que podem mudar o mundo para melhor ou para pior, mas mudam ainda que
seja apenas o mundo do nosso aluno e por isso somos responsáveis.
O filme é uma grande reflexão sobre a nossa
prática pedagógica e sobre o tipo de escola que queremos e o mais importante,
sobre que tipo de cidadão queremos ajudar a formar: um cidadão alienado ou um
ser humano participativo, dinâmico que consegue não apenas se perceber no mundo
para interagir criticamente com ele. Um ser humano que vê seus sonhos serem
tolhidos ou alguém que nos agradecerá a vida toda pelas grandes contribuições
dadas?
Desejo ser recordados pelas coisas boas que
fizer, não pelos erros que cometo no desejo de acertar.
Alan Carlos Dias
Proposta
de trabalho a partir do filme
1. Após assistirem ao filme, relacionar,
por escrito, características do Internato, do professor de Literatura, dos
alunos que fizeram parte da Sociedade e dos pais do jovem que suicidou-se.
2. A seguir, forma-se uma mesa redonda
para discussão oral na qual a professora interage com os alunos, questionando
acerca das características por eles relacionadas.
Ex.:Vocês gostaram do professor de
Literatura do filme? Por quê?
Conhecem algum professor que seja
parecido com o do filme na forma de agir? Quem?
3. Ler uma poesia do livro “Nariz de
Vidro” de Mário Quintana e entrega livros de poesias para os alunos.
4. Os alunos são chamados a escolher uma
poesia de sua preferência nos livros e a lê-la para os colegas.
5. Instigar para a observação da
significação e do jogo das palavras nos diversos contextos.
6. Coloca-se um fundo musical e
solicita-se aos alunos que façam a sua própria poesia, ilustrando-a.
7. Ao final, deverão ler as poesias para
os colegas e, inclusive, declamá-las.
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