Um
fio de tecer, o professor!
Sabemos que o fio de linha se
torna invisível dentro de uma roupagem qualquer. Mesmo desapercebido, faz com
que um projeto tenha estrutura. Sua importância, na maioria das situações, é
indispensável. No tecer da vida construções do que também somos devem-se ao fio
tecido por algum professor!
Etimologicamente, “professor”
origina-se do latim, de professus,
aquele que professa, que significa “pessoa que declara em público” ou “afirma
publicamente”. Essa palavra, por sua vez, é derivada do verbo profitare. Esse significa
“afirmar/declarar ao público” e é composto de pro, “à frente”, e fateri,
“reconhecer”.
Pessoalmente, não foi utópico
em meu projeto de vida um dia sonhar em ser professora. Mas um fio tecido e
condutor me faz acreditar nessa nobre missão. Na arte de ser e amar a vida
desdobra-se a razão em gestos de ir além, de proporcionar contextos de reflexão
e, se possível, possibilitar espaços de transformação! Professar, quando
necessário, para frente, no propósito de ser luz e esperança, e assumindo uma
postura de quem sempre reconhece que o aprendizado é coletivo.
O ensino/aprendizagem
necessita de intelectuais, que o relativismo, infelizmente, tende a abortar
pejorativamente e ou por desconhecimento de uma acomodação mental. A exigência
dos tempos proporciona justificativas acumuladas para quaisquer situações. O
atrofiamento de pensamentos refletidos ante tomadas de decisões, face a
críticas sociais vitimistas ou repletas de interesses egocêntricos, faz
professar à frente de (e reconhecer) intelectos doentios.
O encanto de proporcionar ambientes
onde os pés possam trilhar caminhos conscientes, por mais que encontrem fatos e
construtos legitimados, trata-se de uma força impulsionadora que pode se chamar
de virtude (habitus). Tecer práticas
ponto a ponto com essências humanas, de uma maneira nobre e com uma maneira
toda própria para cada pessoa, de aprender (internalizar) e transformar
(externalizar) o aprendizado a partir da realidade, é o segredo silencioso e
virtuoso de uma mediação que não se encontra em prateleiras à disposição,
negociável e à venda.
Fui tecida com mestres que
professavam dois elementos em suas práticas educativas: a exigência e a
ternura. Noites de exigências e dias de ternura! Praticamente estou me tecendo
uma jovem professora na mesma direção. Preciso declarar que amo e admiro muito
a arte de construir reflexões educativas. Minha área, se o futuro permitir,
será com o desejo de trabalhar somente disciplinas de final de cursos e projeto
de vida.
Com a ternura, a paz e o bem
presto e protesto a minha homenagem para todos os professores e educadores que,
reconhecidamente ou não, fazem da sua vida uma virtude para a transformação da
sociedade! Parabéns para todos!
15 de
outubro, dia do Professor!
Ir.
Rosangela Cenci –
Universidade
da Beira Interior – Portugal –
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