“Bruxas eram mulheres
empoderadas.
Insubordinadas.
Livres.
Que conheciam as ervas, os
mistérios da natureza, da vida, da morte. Seu corpo, seu ciclo menstrual, seu
poder.
Muitas não se casavam,
preferiam viver na floresta com os animais e suas amigas. Ou sozinhas com suas
plantas.
Recusavam os padrões da
normatividade.
As que se casavam certamente
não eram submissas a seus maridos como as mulheres da época.
Tinham sabedoria da
ancestralidade, curavam doenças, dançavam pra lua, contavam histórias.
Tinham visões, sonhos,
intuições.
Eram mulheres, apenas.
Foram perseguidas e mortas na
idade média no maior feminicídio já visto por representarem uma ameaça ao
patriarcado. Por saberem o que os homens não entendiam.
Associadas a imagens de feias,
assustadoras, velhas, solitárias, loucas e principalmente más.
A caça às bruxas foi
possivelmente o início do afastamento das mulheres de sua própria essência. Por
questão de sobrevivência passaram a renegar sua natureza selvagem, se esconder
e a ver como amaldiçoado seu corpo de mulher.
Nós somos as bisnetas,
tataranetas..... não só das que não conseguiram queimar mas principalmente das
que queimaram.
Carregamos a história de todas
as mulheres e o fogo da inquisição arde em nós.
E dele renascemos.”
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