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domingo, 29 de abril de 2018

Os 24 livros que inspiraram Gabriel García Márquez


Por Helena Oliveira


“Cem Anos de Solidão” e “O Amor nos tempos do Cólera” são alguns dos livros de Gabriel García Márquez que inspiraram gerações. No entanto, o autor também tinha suas referências literárias que, de acordo com ele, ajudaram o moldar sua mente e seu destino criativo. Os livros foram revelados em sua biografia “Viver para Contar”. A Revista Bula reuniu todos eles em uma lista. Alguns destaques são: “Enquanto Agonizo” (1930), de William Faulkner; “Orlando: Uma Biografia” (1928), de Virginia Woolf; “A Cabana do Pai Tomás” (1852), de Harriet Beecher Stowe; e “O Homem da Máscara de Ferro” (1847-1850), de Alexandre Dumas. Os comentários são adaptados das sinopses das editoras.

1 — A Montanha Mágica (1924), Thomas Mann


O jovem engenheiro Hans Castorp, durante uma inesperada estadia em um sanatório para tuberculosos, relaciona-se com uma miríade de personagens enfermos que encarnam os conflitos espirituais e ideológicos que antecedem a Primeira Guerra Mundial. Além de um clássico alemão, o livro é um dos grandes testamentos literários do século 20 e uma das obras seminais da ficção ocidental.

2 — O Homem da Máscara de Ferro (1847-1850), Alexandre Dumas


A França estava sob o reinado de Luís XIV, um monarca vaidoso e autoritário. Aramis, ex-mosqueteiro do rei Luís XIII, pretendia livrar o país da tirania do herdeiro do trono. Ajudado por seu amigo Porthos, ele planejou a substituição de Luís XIV por Filipe, seu irmão gêmeo. No entanto, Fouquet, súdito leal ao rei, e D’Artagnan, capitão dos mosqueteiros, tentarão destruir esses planos.

3 — Ulisses (1922), James Joyce


Um homem sai de casa pela manhã, cumpre com as tarefas do dia e, pela noite, retorna ao lar. Foi em torno desse esqueleto enganosamente simples, quase banal, que James Joyce elaborou o que veio a ser o grande romance do século 20. Inspirado na “Odisseia”, de Homero, “Ulysses” é ambientado em Dublin, e narra as aventuras de Leopold Bloom e seu amigo Stephen Dedalus ao longo do dia 16 de junho de 1904.

4 — O Som e a Fúria (1929), William Faulkner


No livro, William Faulkner investiu num estilo ousado, tecido por quatro vozes narrativas distintas e saltos inesperados no tempo. É dessa forma, permeada por tons bíblicos e ecos de tragédias gregas, que o escritor retrata a violenta decadência dos Compson, família aristocrática do sul dos Estados Unidos, que parece viver num desnorteante presente em estado bruto.

5 — Enquanto Agonizo (1930), William Faulkner


Neste romance, o autor distancia-se da aristocracia sulista americana para falar de gente comum e humilde, como a família Bundren, que se reúne para cumprir o último desejo da matriarca: ser enterrada em Jefferson, ao lado de seus parentes. O marido e os cinco filhos partem com o caixão determinados a cumprir seu objetivo. O livro foi eleito um dos cem melhores romances em inglês do século 20 pela editora Modern Library.

6 — Palmeiras Selvagens (1939), William Faulkner


Este livro narra duas histórias que, na aparência, são totalmente distintas. A primeira, que dá título ao livro, conta a paixão tumultuada e, no limite, impossível de Charlotte e Harry. A segunda, “O Velho”, narra a sobrevivência de um condenado que sai da prisão para salvar as vítimas de uma das maiores enchentes do Mississipi, nos Estados Unidos. As duas narrativas são apresentadas em capítulos alternados por Faulkner.

7 — Édipo Rei (427 a.C.), Sófocles


Sófocles (495 a.C. — 406 a.C.) nasceu e morreu em Atenas, na Grécia, e foi um dos maiores intelectuais da antiguidade clássica. Autor consagrado em seu tempo, produziu cerca de 120 peças das quais restaram conservadas apenas sete, entre as quais, Antígona, Ajax, Electra e Édipo Rei, talvez a mais célebre de todas as tragédias. Atormentado pela profecia de um oráculo, de que iria matar o pai e desposar a mãe, Édipo tenta, inutilmente, fugir de seu destino.

8 — A Casa das Sete Torres (1851), Nathaniel Hawthorne


Em uma cidade americana nas proximidades de Boston, um casarão de madeira de sete torres é símbolo de uma sucessão de tragédias que marcam a decadência da família Pyncheon. São justamente essas tragédias, motivadas por ganância, traição e arrogância, que Nathaniel Hawthorne explora no livro, descrevendo como o mal pode ser um problema hereditário.

9 — A Cabana do Pai Tomás (1852), Harriet Beecher Stowe


Tido por muitos como um dos estopins da Guerra Civil Americana, que culminou com a derrota do Sul escravocrata e a abolição legal do cativeiro de africanos e descendentes em todo o território dos Estados Unidos, “A Cabana do Pai Tomás” tornou-se um testemunho fundamental dos horrores da escravidão. A obra, narra o drama do velho Tomás, escravo humilde e religioso, cuja vida em cativeiro muda drasticamente depois de súbitas trocas de dono.

10 — Moby Dick (1851), Herman Melville


A clássica obra de Herman Melville é centrada em Ismael, que realiza o sonho de conhecer a rotina de um navio baleeiro. No entanto, o que ele não sabia é que o capitão da embarcação, Ahab, tinha apenas um objetivo: matar Moby Dick, uma gigante baleia branca com a qual se encontrou tragicamente no passado. O homem, então, embarca em uma perigosa aventura em alto-mar e acompanha a jornada do capitão.

11 — Filhos e Amantes (1913), D. H. Lawrence


O livro é centrado na família Morel, que vive na região carbonífera de Nottingham, na Inglaterra. Desiludida com o marido, um mineiro rude e bêbedo, a senhora Morel concentra todas as suas esperanças nos filhos, sobretudo em Paul. À medida que Paul cresce, entretanto, emergem muitas tensões alimentadas pelo amor que divide entre duas mulheres. Lawrence recorre à sua própria experiência para explorar os complexos laços emocionais que marcaram a obra.

12 — As Mil e uma Noites (Séc. 8 ao 18), vários autores


“As Mil e uma Noites” é uma coletânea de histórias inventadas e preservadas na tradição oral pelos povos da Pérsia e da Índia. As narrativas, entre as quais estão as famosas viagens de Simbad, o marujo, as aventuras de Aladim e a lâmpada maravilhosa e a mirabolante história de Ali Babá e os quarenta ladrões, são contadas por Sherazade, uma jovem corajosa que se sacrifica pelo seu povo para salvá-lo da ira do sultão Shariar.

13 — A Metamorfose (1915), Franz Kafka


A metamorfose é a mais célebre novela de Franz Kafka e uma das mais importantes de toda a história da literatura. O texto coloca o leitor diante de um caixeiro-viajante, Gregor Samsa, transformado em inseto monstruoso. A partir daí a história é narrada com um realismo inesperado que associa o inverossímil e o senso de humor ao que é trágico, grotesco e cruel na condição humana.

14 — O Aleph (1949), Jorge Luis Borges


O livro, considerado pela crítica um dos mais importantes do autor, reúne 17 contos. Um deles é “Aleph”, que dá nome à obra. A história fantástica é centrada em um sótão de uma casa argentina, de onde é possível assistir todo o universo. Em cada história, Borges exerce seu modo característico de manipular a realidade: as coisas da vida real deslizam para contextos incomuns e ganham significados extraordinários, ao mesmo tempo em que fenômenos bizarros se introduzem em cenários prosaicos.

15 — Contos (1995), Ernest Hemingway


Composto por 28 contos, a obra reúne fortes e densas narrativas, cheias de aventura, violência, brutalidade, realismo e nostalgia, com trechos emocionantes, nascidos da imaginação e da experiência de um homem que viveu intensamente o seu tempo. Hemingway, um dos escritores mais importantes do último século, narra algumas de suas histórias íntimas, como as de Nick Adams, nos Estados Unidos, na Europa e no Oriente Médio, e suas recordações do exílio.

16 — Contraponto (1930), Aldous Huxley


“Contraponto” é um retrato da sociedade decadente, que passa a forçadamente rever seus valores quando a aristocracia e o dinheiro “antigo” já não mais sustentam a imagem de uma sociedade ideal. Publicado em 1930, o livro é considerado um dos 100 melhores romances do século 20 pela Modern Library, e uma das obras-primas de Aldous Huxley.

17 — Ratos e Homens (1937), John Steinbeck


George e Lennie são dois amigos muito diferentes entre si. George é baixo e franzino, porém astuto, e Lennie é grandalhão, uma verdadeira fortaleza humana, mas com a inteligência de uma criança. Só o que os une é a amizade e a posição de marginalizados pelo sistema, o fato de serem homens sem nada na vida, sequer família, que trabalham fazendo bicos em fazendas da Califórnia durante a recessão econômica americana da década de 1930.

18 — As Vinhas da Ira (1939), John Steinbeck


O livro conta a história da família Joad, que abandona as terras onde vivia há gerações, no estado de Oklahoma, nos Estados Unidos, por causa de uma grande seca. O grupo vagueia pelas estradas num velho caminhão, em busca de emprego, comida e sonhos, mas só encontra tragédias. Ao mesmo tempo que denuncia os dramas um país debilitado pela Grande Depressão de 1930, Steinbeck mostra a felicidade do homem em contato com a natureza.

19 — A Estrada do Tabaco (1932), Erskine Caldwell


Durante a Grande Depressão americana, a família Lester não sabe como sobreviver à miséria que se avizinha aos territórios rurais da Geórgia, onde cultiva tabaco e algodão. Debilitados pela pobreza ao ponto de atingirem um estado de ignorância e egoísmo cruel, os Lesters preocupam-se com a fome, os apetites sexuais que os devoram e o medo de que a hierarquia social os empurre para uma camada ainda mais desfavorecida.

20 — Contos (1920-1974), Katherine Mansfield


Autora de cerca de uma centena de contos, de diários e de uma vasta correspondência, Mansfield teve uma vida breve e uma trajetória errática e conturbada por crises sentimentais e relacionamentos inconfessáveis na atmosfera vitoriana em que viveu 34 anos. Influenciada por Tchecov, admiradora de Joyce e admirada por Virginia Woolf, a escritora neozelandesa inventou a sua própria forma de conto. Detinha-se no instante e na intensidade dos pequenos acontecimentos, sem explorar tramas romanescas.

21 — Manhattan Transfer (1925), John Dos Passos


“Manhattan Transfer”, publicado pela primeira vez em 1925, é considerado por muitos a obra mais importante de John Dos Passos. Por meio do livro, o autor esboça um retrato fiel dos Estados Unidos, captando o verdadeiro espírito da cidade de Nova York pelo olhar, bastante próximo do registo cinematográfico, daqueles que a habitam.

22 — O Retrato de Jennie (1940), Robert Nathan


“O Retrato de Jennie” é centrado em Eben Adams, um pintor fracassado. A sua vida muda por completo quando ele conhece a bela Jennie. A jovem se torna sua musa inspiradora e o faz atingir o sucesso. A relação entre os dois, entretanto, não será apenas de musa e artista, e acabará desafiando as fronteiras do tempo e da vida.

23 — Orlando: Uma Biografia (1928), Virginia Woolf


Nascido no seio de uma família de boa posição na Inglaterra elisabetana, Orlando acorda com um corpo feminino durante uma viagem à Turquia. A partir de então, o personagem inicia uma longa jornada, por mais de três séculos. As suas vivências ultrapassam as fronteiras físicas e emocionais entre os gêneros masculino e feminino. Suas ambiguidades, temores, esperanças, reflexões são expostos com inteligência e sensibilidade.

24 — Mrs Dalloway (1925), Virginia Woolf


O romance se passa em um único dia, em junho de 1923, quando Clarissa Dalloway resolve comprar flores para a festa que vai oferecer. A partir desta cena inicial, o romance segue a protagonista pelas ruas de Londres, registrando suas ações, sensações e pensamentos. Em torno de Clarissa, gravitam vários personagens: o marido Richard Dalloway, a filha Elizabeth, e um amigo de juventude, Peter Walsh, com quem ela tem grande conexão afetiva.

Fonte: Revista Bula

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