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quarta-feira, 16 de maio de 2018

Um belíssimo poema de Dalai Lama

Um belíssimo poema de Dalai Lama sobre a calma que todos
deveríamos conhecer

Publicado em Rincón


A calma é um dos tesouros mais preciosos para o nosso equilíbrio mental, mas também um dos mais ilusórios, especialmente em uma sociedade que defende o imediatismo e onde a hiperestimulação reina.

Calma é um estado de tranquilidade e serenidade. Isso não implica que os problemas tenham desaparecido, mas que eles não nos afetam, são como as nuvens no horizonte: sabemos que elas existem, mas também estamos conscientes de que, mais cedo ou mais tarde, elas desaparecerão.

A calma nos permite responder com equanimidade às provocações e nos ajuda a manter o controle no meio da tempestade, para que possamos tomar as melhores decisões possíveis e aprender a responder em vez de apenas reagir.

Portanto, não é estranho que a calma tenha um papel protagonista no budismo. Esta proposta filosófica não se refere apenas à calma ambiental, mas fundamentalmente à calma mental. Refere-se a aquietar a mente, de modo que emoções e pensamentos não desencadeiem tempestades internas.

Nossa mente não é fixa, é antes um processo; um fluxo mental. Se a mente sempre permanecesse em um pensamento, ficaria paralisada. Estaria congelado. A mente está sempre se movendo porque é dinâmica. O problema é que, à medida que os pensamentos passam por nossas mentes, a continuidade é assegurada. É por isso que a mente não educada salta continuamente de uma preocupação para outra. Esse fluxo de pensamentos negativos não termina

Esses hábitos mentais nos levam a um estado de confusão e agitação longe da calma. Esse hábito é muito, muito forte. Nossa mente é inquie e é um dos nossos principais impedimentos para alcançar a paz interior.

Esse “problema” é resolvido treinando a mente em tranquilidade. Essa ode do Dalai Lama para acalmar nos ajudará a dar-lhe o lugar que merece em nossa vida:

Se chama calma e me custou muitas tempestades.
Se chama calma e quando desaparece a busco incessantemente.
Se chama calma e me ensina a respirar, pensar e repensar.
Se chama calma e quando a loucura chega desencadeia ventos valentes que custam dominar.
Se chama calma e vem com os anos quando a ambição da língua jovem se solta, a barriga esfria sem ânsia, dá mais silêncio e mais sabedoria.
Se chama calma e, quando você aprende a amar, quando o egoísmo se esvai e o inconformismo acaba, abre-se o coração e a alma para quem quer receber e dar.
Se chama calma quando a amizade é tão sincera que todas as máscaras caem e tudo pode ser dito.
Se chama calma e o entendimento do mundo vem da unicidade saindo do labirinto que inventa guerras que ninguém nunca vencerá.
Se chama calma quando o silêncio é apreciado, quando os ruídos não são apenas música e loucura, mas o vento, os pássaros, a boa companhia, o barulho do mar.
Se chama calma e não pode ser paga, não há moeda de qualquer cor que possa cobrir seu valor quando se torna realidade.
Se chama calma e isso me custou muitas tempestades e eu as passaria mil vezes até encontrá-la novamente.
Se chama calma, a amo, a respeito e não quero deixá-la ir.

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