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quinta-feira, 22 de março de 2018

Leitura: Aminata, a tagarela, de Maté


"Aminata, a tagarela", de Maté, revela tradições africanas e o poder da palavra

 “Aminata, a tagarela” / Maté (texto e ilustrações)

Aminata é uma menina alegre, curiosa, perguntadeira e… falante. Filha de um tecelão, ela quer aprender a tecer também. Mas, entre sua gente, tecer é uma tarefa masculina. Às mulheres, cabe pintar segredos nos tecidos, como explica a Aminata a sábia Nakuntê, sua avó.

O povo Bamana acredita que tecer fios é como tecer palavras e histórias. Por isso, Aminata não é bem-vinda falando e perguntando entre os homens tecelões, onde ela vai encontrar seu pai. A metáfora da tecelagem como construção de narrativa, que aparece nas lendas do Mali, país africano aqui representado pelas aquarelas coloridas e expressivas de Maté, é recorrente em muitas culturas.

No Mali, a pintura dos tecidos cabe às mulheres, aquelas que têm os segredos e as respostas dos mistérios. Se os homens falam e narram – tecendo palavras e tecidos -, são as mulheres que registram, pesquisam, dominam o inconsciente e o mundo do sensível. Uma história repleta de simbologia sobre duas forças complementares e que revela lindamente a sabedoria de um povo.

Antes do final emocionante, o leitor ainda vai conhecer várias histórias, como o mito envolvendo o Djoliba – o rio Níger.

Maté, que assina também o texto, é uma artista plástica francesa radicada no Brasil, pesquisadora da cultura e das tradições de diversos povos originários. A delicadeza de seus traços também pode ser encontrada em seus textos e na sensibilidade com que seleciona e recria as histórias que conta.


Em Aminata, a tagarela, a pequena Aminata, filha caçula do tecelão Amadu, quer saber por que não pode aprender a tecer. A resposta está nas lendas e nos provérbios do seu povo. Graças à avó Nakuntê, ela encontra um novo talento e compreende que, no mundo Bamana, os homens tecem palavras e as mulheres pintam segredos. Um enredo cheio de belas surpresas (como a história de Djoliba, o grande rio Níger) e com um final emocionante.




Características

Livro que aborda a cultura de Mali, país africano, reforçando suas crenças e costumes africanos.
Obra com belas e delicadas ilustrações que complementam o sentido do texto.

 

Sobre a Autora:

Maté (Marie-Thérèse Kowalczyk) nasceu na França, na cidade de Saint-Etienne, em 1959. Veio para o Brasil aos 20 anos e desde então reside em Lorena, no estado de São Paulo. Artista plástica autodidata e aquarelista premiada, é pesquisadora da arte dos povos indígenas e africanos há mais de 30 anos. Maté formou-se em Design pela FATEA de Lorena onde concluiu também uma especialização em Arte Contemporânea. Após lecionar por oito anos nos cursos de Design e Educação Artística da FATEA, ela se dedica atualmente a escrever e ilustrar livros infantojuvenis. Aminata, a tagarela é seu 16º trabalho publicado e sua 10ª parceria com a editora Brinque-Book/Escarlate. Seus livros já foram premiados várias vezes com o selo Altamente Recomendável da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil).

Um comentário:

  1. Acabo de descobrir o seu texto. Em tempo de lhe agradecer pelas palavras gentis e a leitura sensível. Gostaria de convidá-la a conhecer meu blog: http://caleidoscopiodamateh.blogspot.com/
    Um abraço,
    Maté.

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