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terça-feira, 16 de outubro de 2018

Dicas para redação do ENEM


Mantenha a proporção da letra e dos parágrafos ao longo do texto. Não comece com a letra grande e depois diminua. Mostre que seu texto foi bem planejamento e que você não se viu, de repente, sem espaço para concluir. Palavras muito distantes umas das outras também passam uma noção de que você só quer ocupar espaço, mas sem muitas ideias relevantes para abordar. Além disso, é interessante dividir o número de linhas disponíveis para o número de parágrafos que você irá apresentar, de forma que eles tenham mais ou menos o mesmo tamanho.

Utilize as 30 linhas. Aperfeiçoar todo o espaço disponível é importante e mostra que você soube aproveitá-lo bem para desenvolver o raciocínio sobre o tema. Mas lembre-se: não ultrapasse as 30 linhas, pois o que for escrito fora do espaço não será considerado pelo corretor.

Evite colocar título. Como o título é opcional, muitos professores aconselham a não colocá-lo. Imagine correr o risco de perder pontos por ser pouco criativo ou conter um erro de norma culta, sendo que ele nem precisava estar ali? Uma linha a mais para o desenvolvimento pode ser, inclusive, muito mais útil para elevar sua nota. Mas, se quiser colocar, não se esqueça de escolher um que seja coerente com sua argumentação e não salte uma linha depois do título.

Não inicie o texto como se estivesse respondendo uma pergunta. Pense da seguinte forma: se o leitor não soubesse o tema da redação que você escreveu, ele deveria descobrir do que se trata por meio da sua introdução. Portanto, aborde de forma clara e objetiva o tema na íntegra em sua introdução, já indicando o posicionamento crítico que será desenvolvido ao longo do texto (tese).

Evite começar o texto com expressões como: “hoje em dia”, “nos dias de hoje”, “atualmente”, “diariamente”, “a cada dia que passa”. Elas são consideradas comuns, “clichês”.

Parágrafos de desenvolvimento devem ter um início, meio e fim. Cada parágrafo tem sua função específica e, por isso, é preciso pensá-los também de forma independente, até que, por fim, formem o texto. Ao selecionar um argumento para o desenvolvimento, apresente-o de forma a conter início, meio e fim. Ou seja, seu argumento deve ser introduzido (tópico frasal), desenvolvido e concluído dentro do parágrafo (retomando a resposta ao tema).

Não faça o desenvolvimento em apenas um parágrafo. O ideal é que seu texto tenha, no mínimo, quatro parágrafos. Introdução, dois ou três de desenvolvimento, conclusão.
Você pode falar pontos positivos e negativos sobre um mesmo tema.  O que não pode é ficar “em cima do muro”. É importante enfatizar, ao longo da redação, seu ponto de vista sobre o assunto. Pense que, apesar de algo ser muito bom, sempre pode ser aprimorado. Seja crítico e saiba problematizar.

Selecione as ideias que você sabe desenvolver melhor e descarte as que você só sabe “mais ou menos”. É melhor apresentar dois argumentos bem desenvolvidos, do que quatro pouco fundamentados. Portanto, atente-se à relevância das ideias que você tem e seja objetivo. A regra vale também para a hora de exemplificar.

Não dê propostas de intervenção no meio do desenvolvimento. O parágrafo final é destinado à proposta de intervenção dos problemas que você apresentou no texto. Portanto, só depois de problematizar e fundamentar bem a questão é que virá a indicação de uma possível forma de resolvê-los. Mesmo os temas cujo comando demanda uma proposta, fale sobre como ele acontece, as causas e consequências, pois é a partir da problematização que você fará sugestões para solucionar.

Não faça parágrafo frasal. Parágrafo frasal é aquele composto por apenas um período. Não é adequado, pois indica pouca capacidade de estabelecer coesão, por meio dos conectivos, além de tornar a leitura confusa e cansativa. Faça períodos curtos e estude boas formas de retomar o pensamento por meio de articuladores da língua.

Divida as responsabilidades na proposta. Não responsabilize única e exclusivamente o governo pela solução de todos os problemas. Atribua responsabilidades sociais, como parcerias entre escola e família, mídia e ONGs, governo e sociedade, entre outros. Sinta-se livre para sugerir, também, o aprimoramento de algo que já está em vigor, por exemplo, ampliação de leis.

Seja impessoal, use a 3ª pessoa do discurso. Apesar de o ENEM permitir o uso da 1ª pessoa do plural, o discurso tende a ser muito pessoal, fazendo com que você corra o risco de ser sentimental e até mesmo mudar o gênero, produzindo, por exemplo, um artigo de opinião – erro gravíssimo, que leva à nota zero por não adequação ao gênero dissertativo-argumentativo.

Saiba rasurar. A rasura na redação não é proibida, porém deve ser evitada ao máximo. Quando ocorrer o erro, faça a correção de forma “limpa”, sem borrões ou rabiscos exagerados. O ideal é colocar um traço único em cima da palavra e, opcionalmente, entre parênteses. Ex.: A população acaba ficando sendo prejudicada pela falta de posicionamento governamental.

Nunca converse diretamente com o leitor. O uso da 2ª pessoa do discurso não é admitido no gênero dissertativo-argumentativo. Observe: “Em situações como esta, você percebe a importância do engajamento social”. Substitua “você” por “o indivíduo”.

Escreva do início ao fim da linha. Esta é uma dica importante, tanto para contribuir para a organização do seu texto, quanto para otimizar espaço.

Não repita palavras ao longo do texto e varie bastante as conjunções. Demonstre um repertório vocabular diversificado, faça substituições e adequações quando necessário.

Seja simples. Usar palavras muito rebuscadas no texto todo pode soar pedante, além de você correr o risco de usar termos muito arcaicos e de forma equivocada.

Cuidado com o sentimentalismo. É comum usarmos “infelizmente”, “lamentavelmente”, “indubitavelmente”, dentre outras expressões que denotam juízo de valor. Elas são muito pessoais (o que é lamentável para você, pode não ser para o outro) e pouco adequadas ao gênero.

Sempre especifique as siglas. Toda vez que uma sigla nova aparecer no seu texto, ela deve ser especificada entre parênteses.

Evite o uso da palavra “através”, pois, em seu sentido literal, significa “atravessar”, “passar de um lado para o outro”. Substitua por expressões equivalentes, como “por meio de” ou “por intermédio”.

Não use expressões subjetivas. Observe a seguinte frase: “A falta de escolaridade e as precárias condições de vida são algumas das causas que levam o indivíduo a entrar para o mundo do crime.” A expressão “mundo do crime”, tão comum na oralidade, é extremamente subjetiva. Não existe, de fato, um mundo inteiramente voltado para a criminalidade, é uma força de expressão, assim como “navegar na internet” ou “o tempo voa”. Substitua por expressões concretas: “uma realidade que envolve a prática criminosa”, “utilizar o recurso digital”, “o tempo pouco otimizado”.

Saiba usar as conjunções. Elas são importantes para articular as partes do texto e devem estar presentes em todos os parágrafos. Mas é preciso atenção: não confunda, por exemplo, “mas” (conjunção adversativa) e “mais” (advérbio que indica maior quantidade, intensidade, excesso). Estude a função das conjunções antes de usá-las e evite erros.

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