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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Como os contos de fadas podem ajudar as crianças?



Guilherme Lima

Quando falamos em contos de fadas, nos vêm logo à mente a ficção, a fantasia, os cenários distantes da nossa realidade. Mas podemos aprender algo com esses contos? Quase tomamos por simplesmente falso o ensino que se baseia na imaginação.

Nada mais enganoso do que este raciocínio. A imaginação não é sempre nossa inimiga, apesar de poder sair do controle algumas vezes, principalmente nas crianças. É através dela que, ao contrário, aprendemos muitas coisas. Os inventores que o digam. Primeiro imaginaram o objeto a ser inventado. Desenharam, calcularam e depois aquilo que estava na mente tornou-se realidade.

Diz nos a estudiosa e professora de Literatura Infantil Nelly Novaes:  “… o mundo dos contos de fadas ou da literatura maravilhosa dos mitos, dos arquétipos e símbolos, que, surgindo na origem dos tempos, transformou em linguagem as “mil faces” da Aventura Humana e a eternizou no tempo”[1].

Os contos de fadas são imemoriais, têm uma origem que se perde na história humana. E, por isso mesmo, sua durabilidade mostra como foram úteis e se impregnaram de valores, juízos e sabedoria propriamente humanas.

A lição de que não devemos julgar as pessoas pela aparência física de A Bela e a Fera, de que não se deve andar sozinho em uma floresta de Chapeuzinho Vermelho, ou a de que a curiosidade pode ser perigosa, como se diz no Barba Azul, é muito útil para ensinar as crianças. Tocadas pela história, podem imaginar como deveriam se comportar numa situação semelhante.

Os temas dos contos de fadas são, em geral, completos e satisfatórios para tratar aspectos reais da vida. O psicólogo infantil Bruno Bettelheim completa: “Lidando com problemas humanos universais, particularmente os que preocupam o pensamento da criança, essas histórias falam ao ego que desabrocha e encorajam o seu desenvolvimento” [2].

A criança, construindo dentro de si todo este “castelo” de possibilidades através da imaginação, estará ao mesmo tempo criando os alicerces para a relação com os outros e consigo mesma, lidando melhor com as contradições e problemas da vida cotidiana.

Referências:

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