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quinta-feira, 5 de julho de 2018

Aprendizagem adaptativa


Como educar as crianças para um futuro que não sabemos como vai ser?

por: Tonia Casarin

Vivemos no mundo hoje sem fronteiras. As fronteiras entre os países estão cada vez menores e muitas vezes inexistentes, e, hoje, conseguimos acessar informações de todo o mundo, muitas vezes ao vivo e online. Graças a essa rede de comunicação!

Outro aspecto importante no contexto é a tecnologia. A tecnologia vem evoluindo de uma forma extremamente rápida. Em 2006, por exemplo, não existia Iphone, Ipad, 4G. Não existia UBER, AirbnB, Instagram e Snapchat e nem mesmo o famoso Whatsapp. Dizem que a velocidade da tecnologia é exponencial, ou seja, a sua performance dobra praticamente a cada dois anos e o seu custo cai. Para aqueles que são mais entendidos na área de tecnologia, existe uma lei conhecida como Lei de Moore, que prega que a relação performance preço dos computadores dobra a cada dois anos. Eu vou dar um exemplo: em 1976, surgia a primeira câmera digital, feita pela Kodak.

Ela custava $10.000. Atualmente, a gente tem uma câmera com 10.000 vezes mais resolução, 1.000 vezes mais leve e 1.000 vezes mais barata no nosso próprio celular, a um custo de $10. Ou seja, a velocidade e a relação produtividade-performance da tecnologia é considerada exponencial e hoje a nossa câmera do celular do nosso smartphone é um bilhão de vezes melhor do que a câmera em 1976. Sim, um bilhão de vezes melhor.

Não precisamos ir muito longe para imaginar a desesperadora velocidade da tecnologia nas nossas vidas: 17 anos atrás o Google era uma pequena empresa em uma garagem na Califórnia, não tínhamos smartphones, nem Facebook, muito menos WhattsApp. Até 2030 estima-se que 40% dos empregos que existem hoje serão realizados por máquinas, ou deixarão de existir. Os conteúdos que vemos como relevantes já estão a um clique de distância, o mundo não é separado por fronteiras geográficas rígidas, você vive, colabora, interage e compete com todo ele.

Há alguns meses, a Harvard Business Review publicou um artigo com uma premissa provocadora: em um mundo cada vez mais tecnológico, as habilidades sociais e emocionais são cada vez mais importantes.

O artigo dizia que no modelo de mundo que já é presente e cada vez mais se aproxima, saber se relacionar, se comunicar, trabalhar cooperativamente e se adaptar a circunstâncias diversas pode ser o diferencial entre você e o outro candidato a um emprego, e não, necessariamente, sua capacidade de fazer cálculos mentais. Ele aponta que bons robôs são excelentes em realizar tarefas específicas, as que foram programados para realizar, mas por esse mesmo motivo não são flexíveis – e essa é a vantagem dos seres humanos no mercado de trabalho: ser capaz de estabelecer relações em diferentes contextos.

Outro exemplo que ajuda a ilustrar a velocidade da tecnologia e como ela é poderosa em tão pouco tempo é que o seu smartphone que você usa todo dia e que, provavelmente, está no seu bolso bem perto de você agora, é mais potente do que todos os computadores que a NASA usou para colocar o Apolo 11 na Lua em 1969. Não é impressionante?

Os americanos usam um acrônimo chamado VUCA para caracterizar esse contexto que a gente vive:

• V é de volatility, que significa volatilidade;
• U é de uncertainty, que significa incerteza;
• C de complexity, que significa complexo;
• A de ambiguity, que significa ambiguidade.

Você pode ouvir falar de VUCA em vários contextos e o que eu quero dizer é que esse acrônimo é usado para mostrar e caracterizar o mundo que vivemos hoje.

E como preparar as crianças para esse mundo?

Uma pergunta que surge quando a gente vê tantas mudanças acontecendo no contexto atual e mudanças acontecendo tão rapidamente é como preparar as crianças para esse mundo?

Um dado do Fórum Econômico Mundial diz que 65% das crianças que estão em escola primária hoje vão trabalhar em empregos que ainda não existem. Esse número pode parecer um pouco assustador se a gente pensar que quase dois terços das crianças vão trabalhar em atividades que hoje não existem. Confesso que eu fico bem curiosa para saber onde estarão e o que estarão fazendo os outros 35%. (Acredito que serão em sua maioria músicos e artistas, mas é só um chute!).

Estudiosos do mundo inteiro e pesquisadores de grandes universidades, como Universidade de Harvard, Universidade de Columbia, Universidade da Pensilvânia junto com psicólogos, neurocientistas, economistas, educadores, pedagogos e tantos outros do mundo inteiro buscam entender como preparar as crianças para esse mundo.

Eles estudam basicamente o desenvolvimento das competências socioemocionais. Porém existem outros nomes e conceitos associados que se você pode encontrar. Apesar da diferença desses conceitos, muitas expressões são utilizadas como sinônimos das habilidades do século XXI. Abaixo, estão algumas delas:

• Habilidades do Século XXI
• Educação Para a Vida
• Protagonismo
• Habilidades de Caráter
• Hábitos de Vida
• Habilidades de Vida
• Educação por Valores
• Inteligência Emocional e Social

Por mais que existam diferenças conceituais, é possível encontrar esses termos tratando das mesmas competências.    

“A educação deve produzir mais do que indivíduos que consigam ler, escrever e contar. Ela deve nutrir cidadãos globais que consigam enfrentar os desafios do século XXI.” – Ban Ki-Moon

Fica claro diante de pesquisas e tendências do futuro que temos que nos preocupar por um lado, com o desenvolvimento de competências socioemocionais, de forma que nossos alunos desenvolvam a competência de aprender a aprender e que possam se adaptar ao futuro. Por outro lado, o desenvolvimento de competências técnicas voltadas para a tecnologia, como programação, por exemplo, também parece ser fundamental para preparar nossos alunos para esse futuro.

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