90 anos de
Macunaíma: A atualidade do “herói sem nenhum caráter”
de Mário de Andrade
Para comemorar a data, selecionamos edições novas e antigas de um dos
principais livros da literatura brasileira
Um dos principais marcos do Modernismo, Macunaíma, o
herói sem nenhum caráter completa 90 anos em 2018. Com uma linguagem simples e
popular, o escritor Mário de Andrade narra a história de um dos personagens
mais marcantes da literatura brasileira. Macunaíma nasceu à margem do Rio Uraricoera,
na Floresta Amazônica, filho do medo e da noite, preguiçoso, birrento e com
mente ardilosa. Ele passa a infância em uma tribo, apaixona-se por Ci, a Mãe do
Mato, e com ela tem um filho que morre ainda bebê.
Depois de perder a criança, Ci morre de desgosto e
vira uma estrela. Macunaíma só tem uma recordação da amada: um amuleto
denominado de muiraquitã. No entanto, ele perde o talismã e depois descobre que
o objeto está sendo comercializado em São Paulo. Com isso, o rapaz sai de sua
tribo na Floresta Amazônica em direção à cidade grande.
“Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos,
água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um
filho da tribo retinta dos Tapanhumas.”
Atemporal, Macunaíma reflete a história de um povo que
ainda não encontrou uma identidade própria e revela o multiculturalismo do
país. Vale destacar ainda que o racismo também é uma das discussões mais
presentes na obra. Uma das cenas mais emblemáticas é quando o anti-herói sai do
banho branco, louro e com olhos azuis. As ações do personagem são marcadas por
egoísmo, vingança, malandragem e inocência. Preguiçoso e individualista,
Macunaíma dá valor aos prazeres e à vida fácil.
Sobre o autor
Mário de Andrade
nasceu em uma família rica e aristocrática, em 9 de outubro de 1893, em São
Paulo. Formado no Conservatório Dramático e Musical, ele começou a publicar
críticas literárias em jornais e revistas. Em 1921, o escritor Oswald de
Andrade leu os originais do livro Pauliceia desvairada e escreveu um artigo
dizendo que Mário era “meu poeta futurista”.
Ao lado de Oswald de Andrade e outros escritores,
Mário de Andrade ajudou a organizar a Semana de Arte Moderna de 1922. Seu
primeiro romance, Amar, verbo intransitivo, conta a história sobre um rico
industrial que contrata uma governanta para ensinar alemão aos filhos.
O autor chegou ainda a dar aulas na Universidade do
Distrito Federal e atuar em cargos públicos relacionados à cultura. Mário de
Andrade morreu no dia 25 de fevereiro de 1945, em São Paulo, após um ataque
cardíaco.
Comemorações
Alguns museus de São Paulo vão celebrar os 90 anos de
Macunaíma. Entre os dias 14 e 17 de setembro, as casas Mário de Andrade,
Guilherme de Almeida e das Rosas, além da Oficina Cultural Oswald de Andrade,
vão promover um evento gratuito para quem quiser conhecer e se aprofundar na
obra modernista. A abertura dos debates ocorrerá na sexta-feira (14), das 19h
às 21h, na Casa Mário de Andrade.
“(…) falaram que isso de deuses era uma gorda mentira antiga, que não
tinha deus não e que com a máquina ninguém não brinca porque ela mata. A
máquina (…) nem possuía os distintivos traços femininos de que o herói gostava
tanto. Era feita pelos homens”.
A primeira discussão será focada na presença cultural
indígena hoje no Brasil, com a presença da curadora do evento, Deborah
Goldemberg, o sociólogo Paulo Santilli, o líder Taurepang, Avelino, e Cristino
Wapichana. No dia seguinte, haverá um debate sobre a tradução de Macunaíma, a
partir das 10h, na Casa Guilherme Almeida.
Desde a sua primeira publicação, em 1928, o livro já
recebeu diversas edições e uma adaptação nos cinemas, com um filme do diretor
Joaquim Pedro de Andrade, em 1969. Entre as edições mais recentes estão um
livro de quadrinhos, de Angelo Abu, publicado em 2016, e uma da editora Ubu, de
2017. Para comemorar a data, selecionamos algumas edições (antigas e novas) de
Macunaíma. Confira a lista!
Publicada em 1970 pela editora Martins, esta é a
edição mais antiga da clássica obra de Mário de Andrade que você encontra na
Estante Virtual. Os exemplares custam entre R$ 9 e R$ 20.
Publicada em 1976, essa edição também é da editora
Martins. Na Estante Virtual, você pode encontrar exemplares de R$ 10 a R$ 30.
A edição de 1978 da editora Itatiaia, que faz parte da
mesma distribuidora da editora Villa Rica, também é uma das mais antigas que
podem ser encontradas na Estante Virtual. Os preços variam entre R$ 9 e R$ 20.
Essa edição foi publicada em 1981. Na Estante Virtual,
os exemplares custam entre R$ 10 e R$ 30.
Já esta edição da editora Garnier foi publicada em
2000 e tem valores entre R$ 6 e R$ 20 na Estante Virtual.
A publicação da editora Nova Fronteira de 2007 é uma
das edições mais recentes de Macunaíma. Os exemplares também estão disponíveis
na Estante Virtual, com preços entre R$ 20 e R$ 45.
Publicada em 2016, essa edição de Macunaíma da editora
Martin Claret também está à venda na Estante Virtual. Os exemplares custam
entre R$ 15 e R$ 35.
Um dos principais clássicos da literatura brasileira
recebeu ainda uma adaptação nos quadrinhos, em 2016. O livro, do quadrinista
Angelo Abu, está sendo vendido na Estante Virtual com preços entre R$ 35 e R$
45.
Fonte: Editora Estante Virtual
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