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sábado, 9 de junho de 2018

Acessibilidade em foco


Incluindo um aluno com deficiência: Desafios e Possibilidades

Analise a situação abaixo. Nosso objetivo não é obter respostas dicotômicas, divididas entre certas e erradas, mas, sim, promover a reflexão quanto à complexidade do tema debatido em uma situação inclusiva baseada em casos reais.


Contexto:

Numa escola da periferia urbana de uma capital do sul do Brasil, João foi matriculado. Após três tentativas, sua matrícula foi acatada pela escola devido a uma intervenção do Ministério Público.


Características:                                 
João tem 7 anos de idade. Apresenta seu desenvolvimento cognitivo preservado, entretanto, possui uma deficiência congênita no neurônio-motor que tem como característica limitar seus movimentos progressivamente (deficiência semelhante à do físico Stephen Hawking).

  
Como a professora o vê:
Ao saber que receberia um aluno com limitações físicas, a professora se mostrou extremamente preocupada, pois a escola não tinha os recursos previstos na legislação vigente para receber adequadamente a criança. Além disso, a mesma desconhecia estratégias pedagógicas que pudessem subsidiar sua prática junto a uma turma inclusiva.





Como a mãe o vê:
 A mãe dedica-se integralmente ao filho apesar de ter mais três. Abdicou de seu emprego, sobrevivendo à custa de programas assistenciais. Leva o filho pela manhã na escola ficando até o intervalo para alimentá-lo. Ao meio-dia retorna para buscá-lo, dando sequência à sua rotina de fisioterapia, terapias e tratamentos médicos. Nos dias de atendimento na sala de recursos, a mesma também aguarda o filho na escola. Apesar de ver o filho como uma criança inteligente, não concebe a possibilidade de sua independência, ainda que pequena, e acaba por superprotegê-lo, inclusive interferindo na relação de seu filho com os colegas, pois sua presença muitas vezes faz com que os outros se afastem de João.


Como o pai o vê:
Ao perceber dificuldades motoras em seu bebê e não conseguindo lidar com a frustração de não ter o filho ideal, abandonou a família antes de João completar um ano de vida. 


Como gestores da escola o veem:
Como um problema para a escola, pois, por necessitar de adaptação, a mãe de João está sempre exigindo da direção as reformas necessárias e previstas legalmente, para o bem-estar do filho. Também são um problema para a escola os deslocamentos de João, bem como todos os aspectos da rotina extraclasse: lanches, higiene pessoal, recreio, já que não existe um profissional disponível para atendê-lo nesses momentos (técnico em enfermagem, monitor, enfermeiro etc.). Ao mesmo tempo, a inserção do aluno é vista com bons olhos pela mantenedora, que precisa elevar as estatísticas quanto à inclusão no município; portanto, nessa perspectiva, a escola se vale da matrícula de João para buscar mais recursos para a instituição, embora nem sempre os aplique em favor das necessidades do aluno.

Como a professora da sala de recursos o vê:
 João é cheio de possibilidades! A professora da sala de recursos vê suas dificuldades e busca adaptar materiais e recursos para auxiliar o trabalho em sala de aula, bem como promover maior inserção de João junto à turma. Ela sente dificuldade em demonstrar o trabalho realizado no seu setor e a importância que essas atividades representam para os alunos incluídos.


Como os colegas o veem:



A deficiência entre os alunos é mencionada quando algum deles manifesta curiosidade sobre como João realiza procedimentos cotidianos como: usar o banheiro, escovar os dentes, alimentar-se, falar ao telefone etc. As crianças disputam a oportunidade de conduzir a cadeira de João, ainda que essa prática deixe a professora extremamente aflita, e também encontram maneiras de auxiliá-lo em sala de aula quando percebem que o mesmo não consegue realizar uma das atividades sozinho.


 Como João vê a escola: 

 João não teve experiência escolar anterior, frequentou apenas grupos de terapia, sempre acompanhado de sua mãe. João percebe-se cada vez mais independente, apesar de suas limitações. Não gosta de faltar à escola, detesta quando tem que ir ao médico em horário de aula. Na sala de aula, sente-se à vontade com os colegas, mas nem sempre entende o que a professora espera dele e fica um pouco triste quando não consegue realizar as tarefas, mas anima-se a cada atividade realizada, sobretudo com a participação da professora da sala de recursos em sua sala de aula ou quando ele frequenta aquele outro ambiente.



E então?

Cientes de que a inclusão não se torna uma realidade com a simples vinculação de um aluno com deficiência no ensino regular, reflita: quais pontos relatados apresentam possibilidades para a inclusão de João? Quais aspectos se mostram como fatores impeditivos para que João seja abarcado nesta realidade? Quais intervenções poderiam ser realizadas visando garantir os direitos de João?

Após analisar a situação do estudante João, descrita acima, reflita sobre as questões:

 ATIVIDADE

Após analisar a situação do estudante João, descrita no enunciado da atividade 2, reflita sobre as questões:

• Quais pontos relatados apresentam possibilidades para a inclusão de João?
• Quais aspectos se mostram como fatores impeditivos para que João seja abarcado nesta realidade?
• Quais intervenções poderiam ser realizadas visando a garantir os direitos de João? 


ScolarTic – Curso Escola para Todos: Inclusão de Pessoas com Deficiência

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