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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Aplicativo traz todo acervo de gibis da Turma da Mônica desde 1950


O leitor poderá fazer pacotes mensais para ler as edições da revistinha criada por Maurício de Sousa

 Turma da Mônica (Foto: Divulgação)

A Turma da Mônica agora cabe no seu bolso. Se você tem saudades das aventuras pelo Bairro do Limoeiro, vai gostar de saber que os gibis da turminha também podem ser lidos por um novo aplicativo para smartphones. O mais legal de tudo é que, além das novas edições, também estão disponíveis todas as revistinhas desde 1950— praticamente uma Netflix da turminha.

Criada pela "Maurício de Sousa Produções" em parceria com a editora Panini Comics, a plataforma ganhou o nome de Banca da Mônica e está disponível tanto para o sistema Android quanto iOS. São várias opções de pacotes que trazem desde as histórias mais clássicas até versões internacionais, em inglês e espanhol.

Para começar a ler, é necessário fazer um dos pacotes mensais disponíveis. São quatro opções: Padrão (que inclui os gibis atuais de todos os personagens), por R$ 24,90; Acervo (com edições clássicas de 1950 a 2016), por R$ 3,50; linha infantojuvenil, por R$ 16,90 e, por último, o “Internacional”, por R$ 16,90. Já as graphic novels são vendidas individualmente pelo preço da capa de cada edição.

Antes de decidir qual tipo de assinatura escolher, é possível que o leitor experimente o pacote gratuitamente por 30 dias. Se não for dispensada pelo menos 24 horas antes do final do período, a assinatura é renovada automaticamente. Para realizar o pagamento é necessário ter cadastro na plataforma do Google Play ou iTunes.

Turma da Mônica terá histórias com os super-heróis da DC

A parceria foi anunciada durante a Bienal do Livro de São Paulo

 Imagem divulgada da parceria (Foto: Divulgação)

Agora sim a Liga da Justiça está completa: os personagens da Turma da Mônica e os super-heróis da DC se reunirão em histórias que deverão chegar às bancas no final deste ano. A Mauricio de Sousa Produções, a Editora Panini e a DCEntertainment anunciaram a parceria no sábado, durante a Bienal do Livro de São Paulo.

Além dos personagens clássicos da Turma da Mônica, o crossover também acontecerá nas histórias da publicação Turma da Mônica Jovem. De acordo com o anúncio, a produção dos desenhos ficará por conta do estúdio de Mauricio de Sousa e os roteiros serão desenvolvidos pelas duas empresas.

De acordo com as empresas, os quadrinhos também serão comercializados nos Estados Unidos. As primeiras histórias serão lançadas em dezembro, durante a Comic Con Experience, que acontecerá em São Paulo.

Heróis da DC e a Turma da Mônica Jovem 
(Foto: Divulgação)

Mauricio de Sousa: conheça a trajetória do criador da Turma da Mônica

Separamos histórias da vida pessoal e profissional do mais famoso e premiado autor brasileiro de quadrinhos

 Mauricio de Sousa, o criador dos quadrinhos da Turma da Mônica 
(Foto: Divulgação)

Paulista nascido em Santa Isabel, filho de um casal de poetas, membro da Academia Paulista de Letras e o mais famoso e premiado cartunista brasileiro. Este é Mauricio Araújo de Sousa, mais conhecido por Mauricio de Sousa, o criador dos quadrinhos da Turma da Mônica.

O artista conquistou o país em 1959, ano em que seus personagens carismáticos e icônicos estrearam ao público. De lá para cá, as histórias de Mônica, seus amigos e familiares cresce em quantidade e em alcance – há gibis, desenhos, audiobooks e outras formas de mídia.

Para relembrar a trajetória do cartunista, GALILEU separou algumas curiosidades e fatos sobre a trajetória pessoal e a carreira profissional do maior nome nacional de histórias em quadrinho:

Nascimento e infância

Mauricio de Sousa nasceu em 27 de outubro de 1935 em Santa Isabel, município no estado de São Paulo. Filho do barbeiro (mas poeta e pintor por vocação) Antônio Mauricio de Sousa e da poetisa Petronilha Araújo de Sousa, o cartunista cresceu em um ambiente repleto de arte, livros e cultura.

Ainda muito pequeno, Mauricio mudou-se com a família para Mogi das Cruzes, cidade vizinha. Sua mãe o ensinou a ler, utilizando como material os balões de gibi que seu pai trazia para casa. Sua infância foi marcada por pescarias, brincadeiras de rua e nas casas de seus vizinhos.

Conforme foi crescendo, Mauricio passou a desenhar cartazes e pôsteres, alguns dos quais integraram jornais de Mogi. Ele queria viver de seus desenhos e quando contou ao pai do que esperava de seu futuro, ouviu o seguinte conselho: “Mauricio, desenhe de manhã e administre à tarde.”

Caça aos gibis

Nos anos 1950, os gibis foram alvo de perseguição ferrenha no Brasil e em outras partes do mundo. Em 1954, o psiquiatra alemão Fredric Wertham afirmou que a indústria dos quadrinhos era uma das razões pelo desvio de comportamento de jovens e o aumento da criminalidade e delinquência. Sua tese foi escrita no livro Seduction of the Innocent (Sedução do Inocente, em tradução livre), escrito pelo próprio psiquiatra, documento que motivou a uma caça a essa forma de mídia.

A teoria do médico passou por vários países e originou o código de ética Comics Code Authority, selo que delimitava quais quadrinhos poderiam ser publicados ou não. A notícia também chegou no Brasil e na escola de Mauricio, quando um de seus professores pediu para que os alunos levassem seus gibis para serem queimados.

"Eu não aceitei essa ameaça, mas como também não queria tirar nota baixa, eu escolhi os gibis que eu não gostava muito e que tinham uns desenhos ruins", relembra o cartunista em entrevista à TV UOL. "Quando vi aquele fogaréu no meio do praça, achei algo muito triste."

Seguindo o sonho

Em 1954, aos 19 anos de idade, Mauricio se mudou para a capital paulista e começou a procurar emprego como ilustrador. Chegou até a reação do antigo jornal Folha da Manhã oferecendo seus serviços mas, em vez disso, conseguiu uma vaga de repórter policial.

Ele exerceu a função por cinco anos, realizando muitos plantões e ilustrando suas reportagens com desenhos próprios que faziam muito sucesso entre os leitores do veículo. Em 1959, sua primeira tirinha foi publicada na imprensa, no jornal Folha da Tarde, do mesmo grupo editorial da Folha da Manhã. A ilustração trazia suas primeiras personagens, o cão Bidu e Franjinha.

Foi a partir deste momento que Mauricio deixou o jornalismo de lado para trilhar seu sonho de ser desenhista.

 Bidu e Franjinha (Foto: Reprodução)

Censura na ditadura

Em 1964, muitos cartunistas temeram a censura e as possíveis dificuldades de produção de arte por conta do regime instaurado após o Golpe Militar. Somado a isso, o movimento nacionalista dividiu os ilustradores entre aqueles que queriam criar narrativas tipicamente brasileiras e outros que não viam mau em incorporar certos padrões norte-americanos.

Naquele período, Mauricio estava à frente da Associação de Desenhistas de São Paulo (ADESP), mas não decidiu rumar para nenhum dos dois lados. Fez o oposto: deixou o cargo de presidência e continou escrevendo suas histórias, às vezes, inclusive, dando alfinetadas à censura militar. Todavia, nenhuma de suas histórias foi reprimida pelo regime ditatorial, o que não aconteceu com muitos de seus semelhantes.

Como decidiu não tomar parte no movimento que surgiu, Mauricio perdeu seu emprego no jornal Folha da Tarde e teve seu nome adicionado na lista negra de cartunistas de São Paulo. O momento foi particularmente difícil para ele em questões econômicas, a opção restante foi ilustrar jornais de paróquias.

Turma da Mônica

Antes de perder seu emprego como cartunista na Folha da Tarde, veículo em que publicava semanalmente suas tirinhas, Mauricio decidiu ampliar o leque de personagens nas histórias de Bidu e Franjinha.

Em 1960, desenhou a coadjuvante Cebolinha, que sempre falava errado (ou elado?). Em 1961, foi a vez do Cascão. Mais personagens foram surgindo, mas todas eram do gênero masculino. Até que Mauricio foi confrontado pela ausência de mulheres em suas tirinhas e, em 1973, desenhou a Mônica, seu maior sucesso.

Todas essas novas personagens foram ganhando certo protagonismo e, finalmente, em 1970, Mauricio decidiu lançar uma revista para suas criações: Mônica e a sua Turma.

 Primeira edição da revista da Turma da Mônica 
(Foto: Divulgação)

O veículo trazia vários dos personagens criados pelo artista nas tirinhas de jornais. Com o tempo, outros tantos foram surgindo e aparecendo na revista de HQ, entre eles, personagens da Turma do Chico Bento, Turma da Tina, Turma da Mata, Turma do Penadinho e outros.

O sucesso foi crescente e aos poucos a Mônica ganhou versão animada para aparecer em comerciais de televisão, ainda no final da década de 1960.

Um apêndice da revistinha da Turma da Mônica é a versão adolescente das famosas personagens, a Turma da Mônica Jovem, lançada em 2008. De acordo com a Mauricio de Souza Produções, a tiragem dessas revistas atinge mais 500 mil exemplares mensais.

 Turma da Mônica Jovem (Foto: Divulgação)

Personagens muito conhecidos

De 1959 até os dias atuais, Mauricio e sua equipe de desenhistas da Mauricio de Sousa Produções já deram vida a cerca de 250 personagens, alguns que fizeram sucesso enquanto outros até deixaram de existir.

Muitas dessas personalidades que fazem sucesso nos gibis são inspiradas em pessoas da vida real de Mauricio. O artista, que é pai de dez filhos, colocou todos eles em suas histórias: suas filhas Mônica, Magali, Marina e as gêmeas Vanda e Valéria, que mantiveram seus nomes verdadeiros, além de Maria Cebolinha (inspirada em sua filha Mariângela), Do Contra (o filho Mauricio Takeda), Nimbus (Mauro Sousa), Prof. Spada (Mauricio Spada), Marcelinho (Marcelo Pereira, seu caçula).

Titi e Franjinha, por exemplo, foram criados a partir de dois sobrinhos de Mauricio. Bidu era um cachorro de sua família, enquanto Cebolinha e Cascão eram amigos de seu irmão. Já Horácio, o dinossauro, é o alter ego do cartunista. “Mônica, Cascão, Cebolinha, Magali, eles todos são a minha família, são inspirados na minha vida, então eles são parte do que eu sou”, conta o desenhista em entrevista ao Estadão.

 Astronauta, personagem dos quadrinhos de Mauricio de Sousa 
(Foto: Reprodução)

Expansão mundial

Nesses 59 anos de trabalho, a Mauricio de Sousa Produções já publicou um bilhão de revistas e, atualmente, representa 86% das vendas de HQ no Brasil. O material também é exportado para cerca de 30 países.

Junto aos quadrinhos, há também livros ilustrados, álbuns de figurinhas, DVDs, desenhos animados, série no YouTube, parque de diversão e outros tantos produtos licenciados.

Todas essas conquistas o consagraram como o mais famoso e premiado autor brasileiro de quadrinhos.

*Com supervisão de Isabela Moreira.

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