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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Poesia


A VOZ DO SILÊNCIO

Tiveste tudo na vida: dinheiro, fama, mulheres e muitos amigos.
Todos lhe bajulavam, era muito querido. Viestes do nada e tiveste tudo da vida e a vida lhe escancarava belo sorriso e lhe presenteava com roupas caras, festas e muita euforia, mas, não lhe disseste que um dia cobraria.
E o tempo passou, a juventude, a saúde e o dinheiro se foram e levaram juntos o sucesso e os amigos.
Agora, pouco lhe restou e o que ganhou vida, foi um grande fantasma chamado "vazio", que lhe agarra com fortes braços e sem piedade lhe castiga.
Ele caminha a passos indecisos, tem mil amigos e nenhum contigo. Senta-se no sofá da sala, olha o vazio, nenhum barulho, nenhum sorriso... vai até a janela e olha o infinito, o vento lhe beija o rosto e acaricia sua pele flácida, enrugada pelo tempo e nenhuma resposta lhe traz, até o momento.
Então, perambula até o quarto e o silêncio dá um grito que lhe corta o coração e nada mais lhe resta que um sombrio colchão e tentar dormir, abraçado com a solidão.
Se recorda dos tempos felizes que o passado lhe dera e por um orgulho maldito, não valorizou o que tinha valor, e jogou fora parte de sua vida.
Agora, resta-lhe a voz do silêncio que lhe tortura e o murmúrio dos acordes de violão amigo, que mais parece um triste lamento.

Mas ainda há tempo de jogar para longe a nostalgia do passado, juntar o pouco de forças que lhe sobraram e fazer diferente.
Ainda há tempo de abrir o coração para amar e deixar-se amar.
Ainda há tempo para sorrir, abraçar, flutuar no mundo dos amantes e a voz do silêncio, jamais será obstáculo, para vivenciar da vida, os bons momentos.

Leonice Teixeira

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